DNA 5 Estrelas


Foi maravilhoso ver o Cruzeiro vencer o rival de forma incontestável, em pleno Horto, na estreia de Fred, na raça e sair da zona de rebaixamento mandando os adversários para o Z4.

Ganhar um clássico é sempre um fator motivacional e esse foi mais que isso. Um jogo épico. Apesar dos desgastes e desfalques deixados pela partida, se espera que esses aspectos, assim como a evolução técnica e tática mostrada pelo time, se imponham contra o Flamengo na quarta à noite no Mineirão. No entanto, passada a euforia justa, gostaria de pontuar alguns aspectos para nossa reflexão:

O Cruzeiro mostrou ser um time assim como no modelo de Mano Menezes que se adapta melhor ao jogo reativo, explorando os erros adversários, porém jogando com uma pegada forte e dois jogadores abertos pelas pontas, que recompunham a marcação. Apesar de ter sido escalado com uma formação bastante ofensiva mas, mantendo seus laterais com funções defensivas. Ao contrario do que vinha ocorrendo na era Deivid o time foi rápido, veloz e objetivo.

Decisivamente Arrascaeta foi o melhor em campo e provou que seu forte é jogar livre pelas beiradas do campo. Henrique voltou a se apresentar bem como volante de marcação com Romero a seu lado em um esquema de 2 volantes de pegada . Riascos mesmo com suas limitações técnicas fez o papel que se espera de um centroavante. Pelo menos um gol. Bruno Rodrigo voltou a ser o grande zagueiro bom no jogo aéreo e se consagrou na repetição das bolas cruzadas pelo adversário que não encontrava espaço para entrar na área azul. E ainda foi o zagueiro artilheiro que decidiu a partida. Élber ainda perdeu um gol feito na cara de Vitor. Os laterais foram o ponto fraco do time e Lucas foi realmente mal, diretamente envolvido nos dois lances dos gols sofridos.

Bruno Ramires, Allano e Fabricio Bruno entraram bem no clima do jogo com destaque para Allano que se saiu bem na lateral esquerda. Paulo Bento mostrou um trabalho excelente na organização tática e preparação psicológica do time. Também acertou nas 3 substituições que fez e tem agradado bastante pelo aproveitamento da base e pela postura ética e profissional.

O Cruzeiro como em muitas outras vezes, também venceu a arbitragem que em lances semelhantes aos das expulsões celestes não teve o mesmo critério.  Leonardo Silva, sempre desleal, deu uma uma cotovelada em Élber e não levou amarelo, que posteriormente resultaria em vermelho. Leandro Donizete também não foi amarelado ao fazer falta por trás e matar um contra ataque do Cruzeiro. Gabriel agrediu Arrascaeta ocasionando uma briga que gerou a expulsão de Bryan e Marcos Rocha que mereciam o amarelo e não foi nem advertido pelo arbitro. O lance em que Romero fez falta em Donizete e foi expulso também foi um exagero, caberia um para amarelo pelos critérios adotados pelo árbitro para o Atlético-MG.

O mais incrível é que não se vê manifestações da imprensa sobre esses lances. Em algumas emissoras nem são exibidos nos melhores momentos. Em outros clássicos quando tivemos lances supostamente polêmicos para o adversário houve uma verdadeira campanha em toda a imprensa esportiva questionando os méritos das vitórias cruzeirenses. A cena ridícula protagonizada por Fred ao tentar esconder um chinelo arremessado no gramado pela torcida mandante  e acobertado pelo gandula não foi sequer criticada.

É simplesmente absurdo que a torcida do Cruzeiro seja submetida ao desconforto e insegurança de um estádio de proporções limitadas para receber um clássico por simples capricho ou provincianismo do rival, tendo o Mineirão disponível para o uso dos dois clubes. As criticas feitas a torcida cruzeirense que teria jogado líquidos na torcida atleticana deveriam ser dirigidas aos dirigentes do clube de Lourdes que não se desapega dos tempos do Kafunga.

O Cruzeiro mostra mais uma vez o seu  DNA vencedor.O “incaível” escreveu mais uma pagina heroica e imortal. Mostrou o sentido lúdico e o significado poético do que diz o nosso hino “tão combatido, jamais vencido”. É principalmente nesses momentos em que tentam ofuscar as suas estrelas é que a imagem do Cruzeiro resplandece. O Cruzeiro se impõe pela sua própria grandeza. Se faz respeitar.  Gostem ou não. Por isso, presidente, fortaleça o Cruzeiro a altura de suas tradições. Muito mais do que o maior de Minas, ele é e merece ser tratado como o 5 Estrelas do futebol mundial.

Por: Martha S. Miguel

Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro