Dicas para Marcelo Oliveira ter sucesso (sim, existem…)


O novo técnico chega com altos níveis de rejeição pela torcida, mas existem caminhos para ele fazer um bom trabalho.

Amigos leitores, vou começar esta coluna com um aviso – não mudei minha opinião sobre Marcelo Oliveira como técnico do Cruzeiro. Se eu fosse o presidente, não o contrataria.

Os motivos são vários. Primeiro, é um ex-jogador e ídolo do time adversário, tem raízes “naquele” clube. Se ele não obter bons resultados, especialmente nos clássicos e no Campeonato Mineiro, com certeza será criticado por isto.

Segundo, pelo tom de voz, pela sua conversa, bem mais calmo. Pela primeira impressão, não acho que Marcelo Oliveira vai ter “pulso firme” para comandar um elenco cheio de “laranjas podres” como o do Cruzeiro – mais abaixo, vocês vão entender a minha opinião.

Terceiro, ele não tem currículo para assumir um clube que pretende voltar ao seu ritmo normal de disputar e vencer campeonatos importantes. Não vamos contar o seu início de carreira, pois a maioria dos técnicos realmente começa em times pequenos (primeiro nas categorias de base do rival, depois no CRB, depois o time profissional do rival, o Ipatinga e o Paraná Clube).

Alguns vão defender sua passagem como técnico do Coritiba, as 24 vitórias seguidas, os dois títulos estaduais e os dois vice-campeonatos na Copa do Brasil. Olha, meus amigos, falando com sinceridade, não tem muito valor ganhar dois Campeonatos Paranaenses, cujos três “times grandes” passaram os últimos anos subindo e descendo de divisão. Por este motivo, as tais “24 vitórias seguidas” também devem ser analisadas mais friamente.

O fator positivo, realmente, foi o desempenho em duas Copas do Brasil. Ninguém chega a duas finais seguidas de campeonato nacional, com um time de média expressão, sem ter alguma competência. Logo em seguida, entretanto, seu crescimento na carreira foi arranhado com a passagem pelo Vasco este ano.

Mesmo diante de tantos “fatores contrários”, o presidente Gilvan, aquele que passou o ano inteiro de 2012 cometendo erros em cima de erros, resolveu contratar Marcelo Oliveira para técnico em 2013.

Eu, como torcedor, mesmo achando que ele não é o técnico ideal, sou obrigado a desejar boa sorte, esperar que ele faça um bom trabalho e faça o Cruzeiro voltar ao seu lugar de direito, disputando títulos importantes. Afinal de contas, sempre quero o meu time vencendo, não importa quem esteja no comando ou quais os jogadores.

O problema é que Marcelo Oliveira, vai comandar um clube que, nas duas últimas temporadas (2011 e 2012) esteve “recheado” de má gestão da diretoria, com incompetência generalizada em todos os setores, jogadores medianos, treinadores escolhidos sem critério, entre outros problemas.

E para você ter sucesso, na minha opinião (e da maioria dos torcedores, eu imagino), seu caminho deverá ter as seguintes etapas:

1)    APROVEITAR O FATO DE VOCÊ SER “O ESCOLHIDO” DO PRESIDENTE. Você não “virou profeta ou milagreiro”, mas você deve impor sua vontade na formação do elenco, não se deixando levar pelas péssimas contratações e indicações de jogadores, vindas do presidente e dos demais dirigentes. Mostre que você pode montar um elenco como o do Coritiba, sem muitos atletas conhecidos, mas que conseguem pelo menos jogar bola com qualidade.

2)    ESQUEÇA A OPINIÃO DA IMPRENSA. Você é “ex-jogador e ídolo” do nosso adversário, mas nem isto vai fazer a imprensa te deixar em paz. A Itatiaia, a Alterosa e o Estado de Minas, só pra citar os mais incisivos, simplesmente falam tudo o que pode ser negativo para o Cruzeiro, na mesma medida que eles “passam a mão na cabeça” do adversário. Quer um exemplo? Basta ver o ano de 2012, o vice-campeonato do adversário foi infinitamente mais comentado, comemorado e bajulado que o vice-campeonato do Cruzeiro há dois anos, com o mesmo técnico. Isto sem falar certos repórteres, como Arthur Moraes, que todos os dias fazem de tudo para vender Montillo.

3)    LIMPE AS LARANJAS PODRES DO ELENCO. Não sei se você indicou a saída de William Magrão, mas, se foi ideia sua, começou bem. Faça o mesmo com outros atletas. Para jogar no Cruzeiro, tem que mostrar qualidade e vontade. Portanto, afaste Rafael Donato, Mateus, Sandro Silva, seu xará Marcelo Oliveira, Fabinho, Wellington Paulista e Anselmo Ramon. Acho que você ainda pode “dar um jeito” em Diego Renan, Charles, Wallyson, Tinga e Souza (estes são velhos mas podem render). O resto, manda treinar em separado, já mostraram que não servem.

4)    NUNCA ESCALE ANSELMO RAMON E WELLINGTON PAULISTA JUNTOS. O ideal, como disse acima, é afastar os dois do elenco, mas se você tiver que engolir estes dois no elenco, não cometa o pecado mortal de colocar os dois em campo juntos. É a mesma coisa – ou pior – que ter um jogador expulso. E não aceite opinião de empresário, ou Wellington Paulista reclamar na imprensa – afaste imediatamente quem estiver tentando forçar a titularidade sem merecer.

5)    FAÇA VALER A SUA CATEGORIA. Pelas informações que tenho, na sua época de jogador, você era meia-atacante, e dos bons. O Cruzeiro tem como tradição montar times de toque de bola e bom futebol. O Coritiba, sob seu comando, também jogou bonito. Mesmo com os atuais jogadores do elenco, é possível fazer nosso time voltar a jogar bem. Faça uma pré-temporada decente. Não custa lembrar que este elenco, mesmo mal treinado pelo teimoso e retranqueiro Celso Roth, fez o adversário passar sufoco no último clássico.

Não sou dono da verdade, Marcelo Oliveira, mas acredito que a maioria esmagadora da torcida do Cruzeiro deve pensar que, para a temporada de 2013 ser positiva, os cinco problemas acima devem ser “encarados de frente” e vencidos.

Caso contrário, se por qualquer motivo – não necessariamente culpa sua – alguns destes cinco problemas não for vencido, a torcida pode esperar mais um ano de poucos resultados decentes.

Abraços a todos.

Nota final 1). Minha coluna “pós clássico” não foi ao ar, houve um probleminha, mas vou deixar minha opinião assim mesmo. Se Celso Roth tivesse o mínimo de inteligência, o resultado do “clássico” seria outro. O “cavalo paraguaio teimoso” tinha o jogo na mão com o 2×1, mas não mexeu no time após as expulsões. Deveria tirar Anselmo Ramon e colocar Souza no papel de Tinga, ou Élber para forçar jogadas em cima do único volante adversário que estava com cartão amarelo. Mas a incompetência, a teimosia, a falta de inteligência e a covardia “falaram mais alto”. Roth manteve Anselmo Ramon até ser expulso, demorou demais a mexer no time, vieram os dois gols e, faltando 10 minutos (eu disse DEZ MISERÁVEIS MINUTOS) ele coloca o “cone supremo” Wellington Paulista. Ainda em que foi o adeus deste Roth, um dos mais ignorantes técnicos que vi no comando do Cruzeiro.

Nota final 2). Nas próximas semanas, as minhas colunas vão ter indicações dos “melhores e piores” de 2012, como faço há três anos. Prometo fazer um sacrifício enorme para encontrar os poucos destaques positivos do ano, e separar os “piores entre os piores”.