Desse jeito fica difícil


Salve nação celeste! Eu tinha escito no pré-jogo que um mau resultado em Porto Alegre não seria nenhum desastre, afinal o Grêmio tem uma campanha excepcional em seus domínios. Todavia, diante das circunstâncias do campeonato, o Cruzeiro não pode se dar ao luxo de escolher quais jogos ganhar , mas sim buscar a vitória em todos, pois apenas com sequências de vitórias subiremos na tabela. Vencendo em casa e perdendo fora o destino do ano que vem é, no máximo, Copa Sul-Americana. 

Mesmo sendo um jogo complicado e a equipe desfalcada de dois dos seus principais jogadores (Wágner e Kléber), o Cruzeiro deu a impressão de que poderia sair do Olímpico com ao menos um empate desde os minutos iniciais. Só que aí Jonathan resolveu ser expulso de forma infantil e a sina de jogar com um a menos atingiu o Cruzeiro mais uma vez. Só que o Cruzeiro não desistiu de atacar e conseguiu sair na frente do marcador após uma série de defesas fantásticas de Fábio.

Na hora do gol de Wellington Paulista me veio na cabeça o filme da partida contra o Sport. Será que seria possível vencer com um a menos mais uma vez? A pressão do Grêmio aumentou, mas o Cruzeiro controlava bem e quando o primeiro tempo terminou a impressão é de que seria possível segurar o resultado no segundo.

Acontece que nunca saberemos se era possível, pois logo no início da segunda etapa o juiz inventou a expulsão de Thiago Ribeiro. Foi nítido que Thiago apenas protegeu a bola utilizando o braça e acabou atingido o adversário. No entanto, passou longe de ser uma cotovelada intencional que justificasse o rigor do juiz. Com dois a menos, segurar o resultado se tornou praticamente impossível.

O Cruzeiro ainda resistiu alguns minutos até que Réver conseguiu empatar a partida. A virada e a goleada se tornaram questão de tempo, afinal a pressão de marcar gols sobre os gremistas diminuiu neste instante e eles puderam aproveitar a vantagem numérica com tranquilidade.

Crucificar um ou outro jogador pelo resultado (com exceção dos expulsos) é covardia. O que é possível fazer quando o adversário sempre tem dois jogadores livres de marcação para poder executar suas jogadas? No terceiro gol do Grêmio, por exemplo, muitos falaram que Thiago Heleno deixou Jonas livre para cabeçear. No entanto, nosso zagueiro marcava outro jogador gremista que também tinha chances de marcar o gol no lance.

O desgaste físico do Cruzeiro na partida também foi nítido. Os jogadores se desdobravam para enfrentar o Grêmio em condições de igualdade, mas não tinha como. O que se pode criticar, entretanto, é a atuação do Thiago Heleno em dois gols do Grêmio. O 2º e o 4º que foram lances em jogadas individuais. É até compreensível que o zagueiro celeste tenha pensado em não entrar firme na bola para não ser mais um expulso, mas ele não pode esquecer que a sua função primordial em campo é evitar os gols adversários, mesmo que na base da falta. Esquecido deste detalhe, Thiago Heleno deixou os gremistas a vontade para marcar dois dos quatro gols da noite. Só que mais uma vez insisto, a situação da partida permite relevar esta circunstância, mas não se acostume viu Thiago?

A situação no campeonato que vinha melhorando agora complicou um pouquinho. A distância para o G-4 aumentou 1 ponto e está em 10 pontos (mas o 4º colocado não tem mais um jogo a menos). Para o líder, que venceu as duas partidas da semana, a distância se tornou de 14 pontos (aí sim com uma partida a menos). O Cruzeiro se encontra na 15ª posição, apenas 2 pontos acima da zona de rebaixamento. Como Adílson disse em entrevista após a partida, a reação é para agora e o pensamento é brigar no topo da tabela. Para isso, no entanto, voltar a vencer já na quarta-feira é essencial. De preferência terminando a partida com 11 jogadores.