Despertó La Bestia (Cruzeiro 7 x 0 Universidad de Chile – Copa Libertadores fase de grupos 4ª rodada)


Salve, guerreiros!

Está vendo só, Mano Menezes! É isso que estamos afirmando. Tens uma Ferrari nas mãos e queres dirigir como um Fusquinha. Esse é o Cruzeiro que estamos pedindo, a Raposa que queremos ver em todos os jogos. Um time que jogue um bom futebol, envolva seus adversários. Com mística ou não, se colocar o Cruzeiro para jogar como Cruzeiro, a resposta sempre será essa, apresentações de gala como a desta quinta-feira, e fatalmente vitórias e títulos. Assim foi forjada a história celeste, não com aquele Manobol burocrático respeitando em demasia seus adversários, mesmo jogando em casa. La Bestia acordou, e com o empate do Racing nesta mesma noite contra o Vasco, o primeiro lugar no grupo voltou a ser uma realidade.  Com a goleada desta noite, a Raposa alcançou o saldo 5 de gols, tendo um a menos que o líder Racing. Em um provável cenário de duas vitórias, o Cruzeiro chegaria a 11 pontos, pontuação que também pode ser alcançada pelo time argentino, o saldo de gols decidiria a classificação em primeiro ou segundo. Contas, entretanto, só teriam validade se o Cruzeiro fizer sua parte vencendo as duas partidas restantes. A primeira delas já contra o Vasco na próxima semana.

O jogo

Ciente da necessidade de vitória, o Cruzeiro buscou o triunfo desde o primeiro minuto. A La U tentava jogar com inteligência, segura na defesa tentando explorar com a velocidade de Soteldo os contra-ataques. A Raposa abriu o marcador cedo, e isso encaminhou a maior goleada celeste na Libertadores e a maior vista também no novo Mineirão, afinal, nossa casa não deveria ter como recordista de gols uma seleção estrangeira. Falando nisso, não quero alimentar expectativa nos amigos leitores, mas, o último time que meteu 7 aqui no Mineirão acabou campeão mundial.

Primeiro tempo

Uma cobrança magistral de falta de Thiago Neves deu início a festa dessa noite. O goleiro da La U, Jhonny Herrera, sequer se movimentou e assistiu a bola morrer suavemente no fundo das redes. O time chileno também precisava do resultado, e se lançou em busca do empate abrindo preciosos espaços para o time de Mano Menezes. Lucas Silva dá outra dinâmica na saída de bola celeste. Seus passes precisos e inversões certeiras conseguem desmarcar seus companheiros e confundir a marcação adversária. Rafinha é o homem do segundo gol. Ao escorar de cabeça uma tentativa de cobertura de Sassá desviada pelo goleiro, amplia a contagem, 2 x 0 . De Arrascaeta, que destrói a defesa chilena sofre penalidade cobrada por Sassá. Na marcação, o zagueiro do Chile recebe cartão amarelo. Alguns minutos mais tarde, ao puxar a camisa do uruguaio, acaba expulso. 3 x 0 e fim de primeiro tempo.

Segundo tempo

Quando todos pensávamos que Mano recuaria o time satisfeito com o placar até então, para a surpresa geral, com a vantagem numérica, a Raposa continua apertando a La U e vai pouco a pouco construindo a goleada. De Arrascaeta faz o quarto gol da noite escorando de primeira um lançamento açucarado de Edilson. Não perca a conta, 4 x 0. Com assistência perfeita de Egídio (foram duas), Sassá marca seu segundo gol, 5 x 0. O sexto é novamente de Thiago Neves. A conta fecha com Rafael Sobis, egresso do banco, 7 x 0. À essa altura, a La U já tinha dois a menos, De Arrascaeta em noite muito feliz, foi responsável pela expulsão dos dois jogadores adversários. Isso foi fundamental para que os espaços necessários para a construção do elástico placar aparecessem.

A goleada dá confiança ao grupo, que vinha sendo muito cobrado. No próximo fim de semana, antes da partida decisiva, mais uma, em São Januário contra o Vasco, a Raposa encara tradicional rival gaúcho, o Internacional em Porto alegre. A esperança do torcedor cruzeirense é ver em campo o futebol desta quinta, não das partidas anteriores. Claro que não vai golear todo jogo, mas, vencer é bom, e esse time precisa aprender a gostar de vitórias. Aquela postura acomodada com empates estava incomodando demais, piores ainda as desculpas. Entretanto, hoje não é dia para murmurações. É tempo de comemorar muito a goleada desta noite.

Guerreiro do ouro não poderia ser de outro que não De Arrascaeta. Jogou o fino da bola. Foi responsável por duas baixas na equipe adversária, fez gol, deu assistência, uma partida primorosa. Lucas Silva também foi destaque, mas, ficou um pouco abaixo do uruguaio por ter errado alguns passes bobos. Importante salientar o partidaço do zagueiro Dedé! Indiscutivelmente o melhor zagueiro do Brasil. Guerreiro de lata fica com Fábio, não por haver comprometido. Suas declarações ao final da partida foram muito inoportunas. Em um dia festivo como o de ontem, não era momento para responder críticos, até porque, o time estava merecendo essas críticas. A você, Fábio, já que gosta tanto de expressar sua fé, “Fazei todas as coisas sem murmuração nem contenta” também é um versículo do livro que você declara seguir. O melhor ontem seria um “em tudo dai graças”, pois temos muitos motivos, ao menos 7, para sermos bastante gratos.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 7 X 0 UNIVERSIDAD DE CHILE
Local: 
Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Data-Hora: 26/04/2018 – 19h15
Árbitro: Roddy Zambrano (EQU)
Assistentes: Christian Lescano (EQU) e Luis Vera (EQU).
Cartões amarelos: Henrique (CRU); Vilches, Echeverría (UCH)
Cartões vermelhos: Vilches, Echeverría (UCH)
Gols: Thiago Neves (9’/1ºT)(1-0), Rafinha (17’/21ºT) (2-0), Sassá (43’/1ºT) (3-0), Arrascaeta (7’/2ºT) (4-0), Sassá (16’/2ºT) (5-0), Thiago Neves (29’/2ºT) (6-0), Rafael Sobis (35’/2ºT)(7-0).

CRUZEIRO: Fábio; Edílson, Dedé, Léo, Egídio; Lucas Silva, Henrique (Ariel Cabral, aos 6’/2ºT), Rafinha, Thiago Neves, Arrascaeta; Sassá (Rafael Sobis, aos 31’/2ºT).

Técnico: Mano Menezes.

UNIVERSIDAD DE CHILE: Johnny Herrera; Jara, Vilches, Echeverría, Matías Rodríguez; Reyes, Pizarro (Contreras, aos 13’/2ºT), Beausejour, Araos, Soteldo (Rafael Caroca, aos 17’/2ºT); Pinilla (Guerra, 2ºT).

Técnico: Guilhermo Hoyos.

Por: Álvaro Jr