Defesas de um goleiro campeão?


O goleiro Fábio teve mais uma ótima atuação na noite desta quarta-feira, garantindo o empate para o Cruzeiro contra o Estudiantes, em 0 x 0, em La Plata, na Argentina, na primeira partida da final da Copa Libertadores 2009.

Fábio - Libertadores 2009Fábio aprimorou suas deficiências e debaixo das traves tem um reflexo fora do comum, proporcionalmente a este fato, podemos citar que todo time campeão começa com um grande goleiro, coisa que ele o é agora, por isto a cobrança da torcida no seu início aqui, pois era muito inconstante.

O jogo começou como se imaginava, os argentinos tentando encurralar o Cruzeiro em seu próprio campo, marcando a saída de bola e tentando ditar o jogo. O time azul por sua vez, tentava cadenciar, mas não conseguia tocar a bola, nossos meias estavam muito inibidos, e com isto a bola somente chegava ao ataque através de chutões, jogadas atípicas ao nosso time.

Preciso destacar dois pontos importantes no primeiro tempo: o primeiro foram as defesas de Fábio, primordiais; o segundo foi a falha de marcação nas costas de Jonathan, o Estudiantes usou e abusou de cair por ali, e esta jogada já era característica deles, o time azul teve muitos problemas por aquele lado e por pouco não tomou o gol.

Esta foi a tônica da primeira etapa, o Cruzeiro não manteve a posse de bola e consequentemente mesmo que um pouco desordenada, tomou pressão por grande parte.

Já na segunda etapa, após a seqüência de duas defesas magníficas do arqueiro azul, deu para notar que Adilson corrigiu a falha de marcação na direita, trazendo um volante para jogar ali, e os argentinos foram perdendo a força para chegar ao gol estrelado. A medida que o tempo foi passando, os espaços foram aparecendo para o Cruzeiro, obviamente eles não iriam agüentar aquela correria todo o tempo, uma hora eles iriam abrir o bico, e a medida que isto foi acontecendo, o Cruzeiro mantendo a posse de bola, foi ganhando os rebotes e principalmente, tocando a bola no campo ofensivo, jogando nosso jogo e fazendo o adversário correr atrás.

A entrada de Fabinho deu qualidade na saída de bola cruzeirense, Wagner foi deslocado para o corredor esquerdo e com isto fechando o meio campo, impedindo que o Estudiantes chegasse tocando pelo meio, mesmo por que eles perderam em qualidade com a saída da dupla de atacantes que são muito habilidosos e rápidos (e afobados, bom para o Cruzeiro).

O Cruzeiro teve chances reais de marcar o primeiro gol mais para o final, mas o empate era o mais justo pelo que jogaram os dois times.

Pontos fortes do time: Adilson manteve a coerência de repetir o que está dando certo; Leonardo Silva foi um gigante nas bolas aéreas e Anderson por baixo; e a disposição dos jogadores foi ótima, inclusive não se intimidando com o jogo argentino de contato e catimba.

Pontos fracos do time: Wagner e Ramires não produziram com a bola nos pés na primeira etapa, Henrique e Paraná não se acertavam na cobertura de Jonathan na primeira fase.

Para refletir: A única derrota do Cruzeiro na Libertadores foi quando Adilson inventou no jogo da primeira fase, ele aprendeu ou não com tantos erros?

Gener Valvão, 34 anos, morador de Contagem, trabalha na área da construção civil diretamente com contrutoras. Desportista nato, acompanho esportes pelo mundo todo (graças a ESPN e Sportv), cruzeirense enraizado na família toda azul, contarrâneo dos Perrelas por parte de pai (São Gonçalo do Pará) e contarrâneo do vice Gilvan de Pinho Tavares por parte de mãe (Sabinópolis). Como foi quase jogador profissional, gosta muito e tem o tino de analizar e observar o jogo taticamente e estrategicamente falando, esquemas, posicionamentos, etc…sendo principalmente muito exigente comos pseudo- jogadores hoje em dia.