Defesa: uma obrigação coletiva no Cruzeiro


Defesa: uma obrigação coletiva no Cruzeiro - Foto: VipComm

Na temporada passada tivemos de conviver com alguns sérios problemas no elenco, mas o maior deles era a baixa qualidade da nossa dupla de zaga. Foram tantas formações diferentes, tantos zagueiros testados (até Leandro Guerreiro foi improvisado na posição), e só se chegou a uma conclusão: reforços eram mais do que necessários.

Para o ano de 2013, o investimento foi altíssimo. Foram contratados quatro zagueiros e, entre eles, está a maior contratação da história do clube (Dedé), que veio do Vasco por 14 milhões de reais. Entretanto, mesmo com o grande valor gasto, em algumas partidas o time demonstrou algumas deficiências no sistema defensivo, que vão muito além da dupla de zaga. Este problema passa por uma palavra, que passou a ser muito utilizada no vocabulário do futebol atual: recomposição.

É um fato: o futebol tem se tornado muito mais dinâmico. Atacar não pode ser considerado apenas uma tarefa pra atacantes e meias, mas o time todo tem grande importância nesta tarefa. No setor defensivo não é diferente; a equipe deve ter uma aplicação tal, para que volantes e zagueiros não sejam sobrecarregados.

O Cruzeiro tem jogado nessa temporada, no 4-2-3-1, o esquema “da moda” no mundo. Nesse esquema, o ataque pede uma participação efetiva dos volantes, usados como construtores de jogo ou como elementos surpresa. Ainda há uma particularidade do futebol brasileiro como desvantagem: aqui, os laterais têm uma função de apoio muito maior e mais bem definida do que uma função defensiva, o que torna o sistema defensivo, como um todo, mais frágil. Vão-se os volantes, vão-se os laterais… Um contra-ataque, na maioria das vezes, pode ser mortal.

A solução para esses problemas se baseia na recomposição. A nossa linha de 3 homens de frente, deve acompanhar as investidas dos laterais e volantes adversários, mas marcando de perto, sob pressão. Dessa forma, conseguiríamos fazer com que a bola chegasse quebrada ou, até mesmo, recuperar e sair em velocidade, o que nosso time sabe fazer muito bem.

O maior problema do time Celeste é o lado esquerdo, onde joga Egídio, um lateral que não é um exímio marcador, e Dagoberto, que em determinadas situações, não consegue acompanhar e realizar a cobertura. É notório que por aí surgem as grandes oportunidades dos times adversários, basta apenas realizar uma análise mais detalhada das últimas partidas. Ao mesmo tempo, não digo que a solução seria a troca dos dois jogadores, até porque esta já foi feita no caso de Egídio (que substituiu Everton), e alguns dos problemas apresentados foram os mesmos.

Dagoberto vem sendo o jogador mais regular dessa temporada, e também já não é mais aquele garoto, daquela capacidade física das épocas de Atlético-PR e no início da sua era no São Paulo, se nota. O fato é que nosso ataque precisa dele e, por muitas vezes, tem funcionado em torno dele. Diego Souza poderia ajudar nessa cobertura pelo lado esquerdo, revezando seu posicionamento com Dagol, fazendo com que a proteção por aquele lado nunca fique em falta.

É uma análise inicial, porém importante, de um time formado pra essa temporada. A cada treino, a cada jogo, a tendência é que haja um maior entrosamento, tanto ofensiva quanto defensivamente. Que Marcelo Oliveira consiga implantar perfeitamente o seu esquema, pois tem tudo pra dar muito certo.

Saudações, e até a próxima, China Azul!