Choque de realidade


Salve, China Azul!

Resumindo o empate de domingo entre Cruzeiro e Sport em uma frase, eu diria: um bom resultado, porém em um momento ruim. O time detentor do recorde de invencibilidade como mandante no mundo foi anulado por uma equipe que, reconhecendo suas limitações, soube jogar. Ou melhor, soube não deixar jogar.

Nos treinos da semana, quando Vanderlei Luxemburgo sinalizou que escalaria três volantes, confesso que fiquei receoso. No entanto, ao analisar o que a mexida possivelmente traria, tive que concordar com o ‘pofexô’. É notório e óbvio que, desde o início da temporada, sofremos com a falta de criatividade ofensiva. O meio-campo celeste é povoado de pontas, e o jogo de centro fica totalmente prejudicado. Bem, ficava. Na Arena Pernambuco, o Cruzeiro foi mais destruidor, povoando o meio-campo de forma a impedir a criatividade do adversário.

Quanto ao setor ofensivo, não houveram muitas mudanças. O time seguiu com dificuldade na criação mas, ainda assim, teve a chance do jogo em uma cabeçada de Manoel, bem defendida por Danilo Fernandes. Normal. Ou alguém esperava o time passar a criar mais com Willians em campo?

Desde a chegada de Luxa, a formação de ontem foi a que mais foi efetiva. O objetivo foi cumprido, digamos que até com certo êxito. E é isso que temos para o restante de 2015, China Azul. É hora de assumirmos que o time é limitado, e tentar beliscar alguns pontos na humildade. É hora de esquecermos a ofensividade de 2013/2014, e acostumarmos com um padrão mais rígido em 2015. Não temos mais os mesmos jogadores, e sequer substitutos que possam fazer sombra a nomes como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart ou Lucas Silva. Realidade difícil, triste, porém se mostra como a única possível alternativa.

Espero que, diferentemente das últimas semanas, Luxemburgo treine o time e mantenha esse padrão para a difícil partida contra o Palmeiras. Sim, será neste domingo que enfrentaremos um rascunho, ainda precisando de muitos ajustes, daquilo que fomos nas últimas duas temporadas.

E o título do texto? Alguns, provavelmente, já entenderam. Aos outros, eu explico: o Cruzeiro, que tanto encantou por jogar, vai ter que, de agora em diante, tentar se acostumar a não deixar jogar.

Este é o mais cruel e duro choque de realidade.

Por: Pedro Henrique Paraíso