Nos anos de 1991, 1992 e 1993, César Masci era presidente, responsável por recolocar o Cruzeiro em destaque. Duas Supercopas e uma Copa do Brasil, para alegria da torcida. Nosso time era novamente temido pelos rivais.

Até hoje escuto, com orgulho, na voz de Alberto Rodrigues, o terceiro gol nos 3×0 em cima do River Plate marcado por Mário Tilico – pelo timbre da voz do Vibrante, dava para perceber ele dizendo “meu Cruzeiro campeão finalmente está de volta”.

Vocês Perrellas estão no Cruzeiro desde 1995, e seus primeiros anos também foram de conquistas. Copas do Brasil de 1996 e 2000, vencidas contra Palmeiras e São Paulo. Libertadores de 1997, que fez uma nova geração de torcedores campeões da América. A Tríplice Coroa de 2003, time que perdeu apenas oito partidas no ano, ainda na memória recente.

Ninguém questiona estes doze anos de conquistas entre 1991 e 2003, dos quais oito vocês estiveram no comando.

Mas a verdade é que, nos últimos oito anos, vocês Perrellas “deixaram de comandar” o Cruzeiro. Não existem mais aqueles dirigentes astutos, competentes, temidos e invejados. Isto foi num passado que já está ficando distante.

O Cruzeiro dos últimos anos vem jogando na lata do lixo os troféus que batem à nossa porta. E isto acontece por fatores que têm a atuação direta da diretoria. São vocês quem contratam jogadores covardes que falham na hora da decisão e que não sabem jogar como vencedores. São vocês quem contratam treinadores que não sabem armar times de verdade, que saibam buscar resultados e ganhar torneios.

Já perdemos três Campeonatos Brasileiros, entre 2008 e 2010, perdendo pontos para times chamados pequenos, e por não ganhar de outros times considerados favoritos. Isto sem contar a Libertadores de 2009, título que esteve nas nossas mãos, mas que escapou, porque o Cruzeiro tinha comissão técnica e jogadores que não sabiam segurar um resultado positivo por apenas um segundo tempo.

Agora existem várias notícias, algumas confirmadas, outras que podem ser plantadas – saída de Henrique para o Santos, contrato de Fabrício vencendo e ele podendo sair “de graça” para outro time, possibilidade de venda de Thiago Ribeiro e de Gil.

Negócios são negócios, se estes e outros tiverem que sair, faz parte. O problema é que, nos últimos anos, o Cruzeiro vende o “pouco de bom” que apareceu (e olha que foi BEM POUCO), e traz “muito de ruim” – para não dizer “MUITO DA SOBRA DO RESTO”. De 2003 até hoje, deve ter vindo 100 jogadores trazidos como “solução” e que na verdade só gastaram dinheiro e torraram a paciência da torcida.

Até alguns anos atrás, os Perrellas tinham atenção e cuidado com o Cruzeiro, e por isso tiveram destaque dentro e fora de campo – com troféus e ganhando eleições para deputado. Agora existe uma inversão de interesses – as atenções estão na política, no Senado, na Câmara dos Deputados e em uma fazenda em Morada Nova de Minas – as conquistas importantes ficaram em segundo plano.

Estes problemas pessoais são seus, Perrellas, resolvam com o Ministério Público, com o Poder Judiciário, com o Papa Bento XVI ou com quem mais vocês quiserem. Minha preocupação como torcedor é CONQUISTAR CAMPEONATOS IMPORTANTES PARA O CRUZEIRO ESPORTE CLUBE.

A cada jogador e técnico, medíocre e derrotado, que vocês trazem para o Cruzeiro, vejo que os gritos de “gol gol gol” em finais de campeonatos estarão cada vez mais distantes da torcida.

E a cada desculpa esfarrapada que vocês falam no rádio, na TV e no jornal, eu começo a enxergar vocês como verdadeiros “Eurico Miranda”, cânceres que devem – e merecem – deixar o Cruzeiro.

Quero sempre ver o Cruzeiro vencer e nunca vou gostar de ver meu time ser derrotado. Mas se perder for necessário para vocês saírem do Cruzeiro, pelo menos as derrotas vão servir para alguma coisa.