Camisa 10: um mito ou uma necessidade?


Fala Nação!

O futebol brasileiro vive uma crise na criação de novos talentos; todavia, são poucos craques, e um grande número de “peladeiros” e “brutamontes”. A maioria dos jogadores revelados ultimamente trazem consigo força física, e só. Não temos mais jogadores que encham os olhos de torcida e imprensa pelo bom futebol; prova disso é a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que a cada ano apresenta um nível técnico insatisfatório e preocupante. A crise é geral, e bobo é quem pensa que só o Cruzeiro está “privilegiado” com o problema: tirando por base a Série A do Brasileirão, vejo apenas o Internacional bem servido com D’Alessandro e Alex, o Santos com Lucas Lima, São Paulo com Paulo Henrique Ganso e o Palmeiras com Cleiton Xavier. É muito pouco para um país que carregou por muito tempo a fama de “país do futebol”, e que teve o melhor jogador de todos os tempos, Pelé!

Em 2015 o assunto mais comentado pelos lados da Toca da Raposa, é a presença, ou melhor, dizendo, a falta de uma camisa 10. Desde as saídas de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, a criação das jogadas vem tirando o sono de Marcelo Oliveira. Nas últimas partidas houve uma melhora significativa depois da entrada de Alisson no time, o que não pôs fim ao papo da camisa 10. Alguns mais exaltados que disseram que Júlio Baptista poderia ser a solução… Calma aí!

Entendo sim que, necessitamos de um jogador que pense melhor as jogadas, que tenha um bom passe e saiba atuar pelo meio do campo, mas já está ficando chato essa cobrança! Não temos no elenco, muito menos no mercado, porque não apostar então em um esquema de jogo diferente, onde o camisa 10 seja um mero coadjuvante? Um 4-3-3 com variação para um falso 4-3-2-1.

Cruzeiro é o único time no Brasil hoje, que tem a opção de reviver o auge do nosso futebol, ou ao menos retomar as grandes épocas de Joãozinho, Dirceu Lopes e Natal como espelho, guardando as devidas proporções é claro. Com Alisson e De Arrascaeta temos a opção de jogar pelas pontas com habilidade e velocidade. Marquinhos, no entanto, teria de sair para dar certo. Willian entraria formando o quarteto de frente com Alisson, De Arrascaeta e Leandro Damião. O moço do bigode é um jogador inteligente, e sabe atuar pelo meio e aparecendo como elemento surpresa dentro da área. Outro ponto importante para que o esquema desse certo, é uma movimentação maior, uma variação de posições entre Alisson, De Arrascaeta e Willian: enquanto um cairia pelo meio, os outros cairiam pelas pontas. Alisson e Willian que atuam mais pela esquerda poderiam desempenhar tranquilamente essa movimentação, já que Mena não apoia tanto. Enquanto pela direita Arrascaeta e Mayke seriam os dois responsáveis por criação. Para que dê certo, necessitamos de uma marcação forte no meio campo, cobrindo as subidas de Mayke e fechando os espaços do meio. Leandro Damião, que vem recuperando a boa forma (e fritando línguas), juntamente com a volta de Bruno Rodrigo e a presença de Paulo André, podem desafogar um pouco o meio-campo com as jogadas aéreas, e gerar espaços naturalmente para quem esteja atuando pelo meio, quer seja Alisson, quer seja Arrascaeta, quer seja Willian. De todos, vejo o futebol do jovem Alisson mais consistente e capaz de ocupar bem os espaços pelo meio, desde que ocorra a movimentação e a variação, é um jogador com facilidade de atuar pelas pontas, mais tem condição e talento para atuar pelo meio.

Marcelo, precisa mudar o esquema de jogo e esquecer mesmo que momentaneamente, o esquema do Bicampeonato Brasileiro, até que se tenha um típico camisa 10. Apesar de também sentir a falta de um homem no meio campo, vejo que temos saídas interessantes e que podem surtir efeito. Em Libertadores, o meio de campo costuma ser congestionado, com isso, as pontas do campo podem ser a válvula de escape do time.

Não defendo que não precisemos de uma camisa 10, defendo a maior variação tática e movimentação da equipe, que pode aliviar a falta desse camisa 10, e fazer deslanchar de vez o Cruzeiro 2015.

Com o time já classificado para a semifinal do Mineiro, e na liderança do grupo três na Libertadores, Marcelo e equipe vão ter mais calma para trabalhar e colocar o trem bala azul nos trilhos!

OH MEU ZERÔ, AH SER CRUZEIRO É BOM DEMAIS!

Por: Simon Nascimento