Autoconfiança é tudo, ou quase tudo


Autoconfiança é tudo, ou quase tudo | Cruzeiro Esporte Clube - Foto: VipComm

Na 14ª rodada do Brasileirão, o Cruzeiro foi derrotado de uma forma amarga na Arena do Grêmio. Era um jogo onde tudo podia acontecer. Grêmio tinha a seu favor sua torcida e o mando de campo, mas tinha desfalques importantes como Zé Roberto, Vargas e Elano. Já o time mineiro entraria em campo com seu posto de líder do campeonato e com o melhor ataque do Brasileiro.

Tudo ocorria bem para a Raposa e o torcedor já estava confiante de que logo um guerreiro celeste furaria a rede tricolor. Eis que, aos 31 minutos, Egídio cruza da esquerda, Vinicius Araújo chuta no travessão e Bressan, no rebote, coloca a mão na bola. Penalidade máxima. Éverton Ribeiro se prepara para bater e, como um gato, Dida pula em direção à bola e defende o pênalti que mudaria a história da partida a favor do Cruzeiro. Como se não fosse o bastante, minutos depois Souza, que já estava amarelado, segura a camisa de Barcos provocando um segundo cartão amarelo.

O impressionante do futebol e de qualquer esporte coletivo, é que um time não joga apenas com a habilidade e o entrosamento dos jogadores. A tranquilidade caminha junto com a equipe. Um psicológico abalado dificulta qualquer passe certo, armação de jogadas e chutes a gol. Normalmente, uma equipe com psicológico abalado se recua automaticamente. É como se fosse um choque de desespero coletivo. Porém, isso não aconteceu com o Cruzeiro de imediato.

É óbvio que o pênalti perdido e a expulsão de um colega de equipe se tornaram um drama para o Cruzeiro. Mas não tão depressa. Marcelo Oliveira, com muita cautela, repôs um volante e tentou tranquilizar sua equipe até o fim do primeiro tempo. Mesmo com um a menos, o time manteve seu toque de bola e ainda tentou fazer finalizações que não obtiveram sucesso. Infelizmente o psicológico e a perda de um cabeça de área pesaram durante a segunda etapa da partida, o que facilitou o trabalho da equipe tricolor.

O que deixa o torcedor chateado numa partida dessas é que não faltou empenho do nosso time. Até certo momento, o Cruzeiro apresentou um futebol bonito, com toques de bola ágeis e entrosamento nítido. Tivemos a oportunidade de sair na frente por diversas vezes, sobretudo, no lance do pênalti.

Não responsabilizo nenhum jogador em especial. Porém, Souza foi irresponsável ao puxar a camisa de Barcos quando estava ciente de que já havia tomado um cartão amarelo. Talvez se não tivéssemos perdido um jogador, a história seria diferente.

Acredito que essa derrota de forma irônica tenha sido importante no sentido de mostrar ao técnico o que está certo e errado. Embora tenhamos o melhor ataque do Brasileirão, com 26 gols em 14 jogos, estatisticamente a equipe marcou cinco gols nos últimos cinco jogos – o que indica um baixo rendimento da equipe comparando com as atuações das primeiras rodadas.

O Cruzeiro não terá muito tempo para chorar pelo leite derramado, pelo pênalti perdido ou pelo jogador expulso. Neste Sábado, às 18h30m, a equipe celeste receberá o Vitória, no Mineirão. A má notícia é que o time não terá Bruno Rodrigo e Luan, suspensos pelo terceiro amarelo, além de Souza, expulso diante do Grêmio. Já a boa, é que provavelmente terá o retorno do atacante Dagoberto, que se recuperava de uma lesão, e do mais novo reforço Júlio Baptista, que deve estar no banco de reservas a disposição do técnico Marcelo Oliveira.

Jogadores de referência são muitos importantes no quesito de experiência. Nosso plantel atualmente, é composto por garotos e por jogadores que já estão há um bom tempo no futebol profissional. Essa mistura de gerações é uma vantagem que o Cruzeiro tem sobre parte das equipes do campeonato. Torço para que o time faça bom proveito disso e cumpra o dever de casa conquistando os três pontos.