As fragilidades que atormentam o torcedor


Salve, salve China Azul. Campeonato Brasileiro é um dos mais emocionantes e disputados do mundo, disso todos sabemos. O nível das equipes, de certa forma, se equivale, os jogos são sempre disputados e quase sempre podemos ver diversos times oscilando nas posições durante o início do torneio. A duas rodadas éramos líderes. Com eficiência, e um pouco de sorte, vencemos quatro jogos e nos mantivemos invictos até a sexta rodada. Além disso, tínhamos uma das melhores defesas do campeonato. Jogando aguerridamente, conquistamos as vitórias contra Botafogo e Vasco fora de casa. O Cruzeiro mandou um recado para o restante dos times: “estamos no campeonato para vencer e não apenas lutar contra o rebaixamento.”. 

Com a liderança em mãos, o time passou a ser visado e o sistema defensivo de São Paulo e Internacional foi reforçado, sendo assim, dificultaram a articulação de nossos fraquíssimos atacantes, além de usar de faltas, algumas até desleais, em cima de Montillo, sob os olhos vedados do apitador contestado e repetido nas duas partidas. Além disso, tanto o time paulista quanto o gaúcho (provavelmente copiando a estratégia do primeiro), aproveitaram a fragilidade da ala e a lentidão da defesa celeste para usar da velocidade e das jogadas pelas laterais para furar a defesa estrelada, até então uma das melhores do brasileirão.

As carências do time celeste são várias e conhecidas. O problema da lateral esquerda é crônico. Peço ao leitor do Guerreiro dos Gramados que faça um pequeno exercício de memória: qual o último grande lateral esquerdo jogou no Cruzeiro? Isto é preocupante, pois desde o campeonato de 2010 temos uma avenida aberta na lateral esquerda e o pior, não temos uma dupla de zaga considerada titular. A última “cozinha” arrumada que tivemos foi a dupla Cris e Edu Dracena já no longínquo 2003. Depois disso, tivemos alguns zagueiros de destaque, como Luizão e Leonardo Silva, mas nunca uma dupla que passasse total confiança ao torcedor.

Outro problema que vem dando uma baita dor de cabeça para o torcedor é a ineficiência do ataque. Ficamos refém do fraco Paulista, que mesmo sendo um tremendo de um caneleiro, ainda é o melhor homem de área que nós temos. Que os bons ventos que trazem o Borges, tragam também os seus gols e faro de artilheiro, pois estamos precisando a muito tempo de alguém “que resolva”, aliás, espero que alguém sente e converse com o Wallyson, pois não consigo acreditar que um jogador com tanto talento e futuro possa simplesmente esquecer como se joga bola. Poxa, a menos de um ano estávamos pedindo o atleta na seleção olímpica, hoje ele é poucas vezes lembrado para o jogo e quando é chamado, mostra-se sem alma, sem vontade.
Vou ser repetitivo hoje na coluna: o Cruzeiro precisa de jogadores que tenham orgulho e respeito pela camisa que vestem.

Peço ao Dr. Gilvan e ao Diretor de Futebol Alexandre Mattos que descartem todos os jogadores que não respeitam ou não querem permanecer no grupo, times para estes jogadores não faltam. Só acho que um jogador com vontade e “sangue nos olhos” incentiva e impulsiona outros companheiros. Se tivéssemos mais quatro atletas com a raça e vontade de Montillo, ganharíamos tudo que disputássemos, pois o time entraria todos os jogos com vontade e raça. Como diz a música das arquibancadas, “eu quero ver, o Cruzeiro jogar com raça pra vencer, eu quero ver.”

Um abraço a todos e peço aos torcedores que não desanimem, pois outras derrotas acontecerão até o final do Campeonato, mas precisamos corrigir os erros, o mais rápido possível. Eu acredito no Cruzeiro neste Brasileirão.

Um filho guerreiro não foge à luta!