10 jun Apostando tudo
Todos nós achávamos que o Cruzeiro estava entrando nos eixos após a vitória contra o fraquíssimo Botafogo, especialmente pelo volume de jogo apresentado no primeiro tempo. Pelo visto estávamos errados. Infelizmente, o Cruzeiro pegou na seqüência o pior adversário que poderia enfrentar, o carrasco São Paulo, e todas as deficiências do time voltaram à tona.
De certa forma foi o momento certo. Ficou escancarado que o Cruzeiro precisa de reforços. O time cria mas não marca, e, consequentemente, não vence. A torcida que já cobrava por bons nomes ficou ainda mais irritada com a paciência da diretoria celeste. Ao meu ver, o Cruzeiro aposta 100% das suas fichas no mercado internacional. Mas é esse o caminho correto? É obvio que os nomes especulados são bons e colocariam o time em outro nível. Mas até quando o Cruzeiro pode esperar? Estamos jogando fora o Campeonato Brasileiro 2016?
Para a torcida, soa como uma total falta de planejamento, até mesmo para o ano próximo ano. A diretoria se mostra perdida. A cada dia que passa, o Presidente Gilvan de Pinho Tavares deixa o cruzeirense com a certeza de que o bi-campeonato brasileiro veio, ou por pura sorte, ou por um ótimo trabalho do antigo diretor de futebol, Alexandre Mattos.
Existe um risco gigantesco ao apostar as fichas apenas em jogadores experientes vindos de fora. Não é possível contratar 1 ou 2 jogadores que foram destaques na Libertadores da América? Ou ir atrás dos principais nomes da série B? E não estou falando de contratar Sánchez Miño ou Pisano. Me refiro a grandes nomes do futebol, atuando na Argentina, por exemplo. Jogadores que talvez até tenham mercado na Europa, mas possam ser atraídos para o Maior de Minas com perspicácia nas negociações.
Sobre jogadores da série B, não falo em trazer uma nova barca, como a que veio no início deste ano. Estou falando dos destaques, jogadores que realmente estejam mostrando futebol para merecer estar em um gigante. O torcedor cruzeirense é inteligente e vai saber cobrar o time e a comissão técnica, mas o momento agora é de entregar à Paulo Bento o melhor time possível e dar respaldo ao português para essa remontagem.
Para a diretoria, fica a pergunta: Se todo o dinheiro do sócio torcedor e reinvestido no time, quando irão contratar?
Por: Rafael Ruchido
Créditos da imagem: Três exemplos do que não fazer (Foto: Reprodução / Gazeta Esportiva)