A última cartada de Celso Roth


Nosso digníssimo e multicampeão Celso Roth está numa situação complicadíssima. Seja por falta de sorte, competência, ou uma equilibrada mistura de ambos, o entregador de camisas não consegue fazer o elenco do Guerreiro jogar bola.

Atesto tudo que escrevi acima, menos que Roth seja “Multicampeão” , pois isso ele não é.

Durante todo o campeonato, o Cruzeiro padece de seguidas contusões e muitos jogadores fora das partidas por cartões, ou por opção do treinador. Neste último caso, muitas vezes devido às alterações equivocadas e critérios seriamente questionáveis, que atrapalham em muito o time, enfraquecendo a parte tática, inferiorizando os talentos individuais na parte técnica e desmotivando todos os jogadores como um conjunto.

Uma prova disto foram as saídas de Mateus, Thiago Carvalho e Lucas Silva do time titular em momentos que os atletas mencionados faziam bons jogos e pareciam que iriam assumir de vez a titularidade. No entanto, em benefício dos jogadores indicados e de sua “confiança”, estes jogadores perderam espaço no ápice de suas performances no campeonato para Sandro Silva, Léo, Willian Magrão, Tinga e outros que eram velhos conhecidos de Roth.

Como debatido ontem, 27/09/2012 no Guerreiros em Debate (http://is.gd/AGvGIg), esta atitude de Roth gera nitidamente desconforto entre os jogadores e irritação na torcida, gerando um ádrio fértil com amplitude magnânima para a voraz imprensa rosa emplumada e cacarejante.

Dentre os problemas que o escalador celeste tem para o confronto deste sábado contra o Internacional, estão as contusões de Charles, Wellington Paulista e Wallyson. Alex Silva nem considero mais como desfalque, pois mal vestiu o manto celeste estrelado. Willian Magrão, Fabinho e Sandro Silva também estão no DM, mas depois de um tempo Ceará volta a ser a maior esperança, entretanto, vem de um bom tempo de inatividade e voltar com o ótimo lateral em um jogo tão pegado é um risco que deve ser bem calculado. Com ele, porém, o Cruzeiro ganha muita força nas jogadas pela ala direita e principalmente na bola parada, seu forte, mas corre o risco de perde-lo novamente por vários jogos, devido o esforço precoce.

Além disso, Tinga e Lucas Silva estão suspensos por cartão, o que faz com que o meio campo celeste esteja totalmente desfalcado. Roth tem algumas opções e todas elas passam por formar um time mais ofensivo, seja montando o time com três zagueiros, promovendo a estreia do garoto Mayke na lateral direita ou com o retorno de Ceará e voltando o voluntarioso Léo para sua posição de origem, seja dando nova oportunidade para Elber, jogando em uma posição de falso ala, sem função defensiva e levando o time com força pelo lado direito, montando um meio com Montillo e Souza,  ou então promovendo a estreia de um novo estrangeiro (Árias ou Martinuccio) no time.

Este talvez é o maior quebra cabeças na cabeça do treinador. Dar uma chance à promessa de craque sulamericano bancado por Gilvan no início de sua gestão: Diego Árias, ou promover a estréia do argentino Martinuccio, que foi destaque na Libertadores do ano passado jogando pelo Peñarol mas sofre com contusões desde então e foi anunciado no último dia de inscrições do Brasileirão.

Se Roth ficar preso à seu paradigma defensivo, promove a estreia de Árias, mas se quiser dar a sua última cartada em prol de salvar o time que definha no certame, entrega a titularidade para Martinuccio para que possa junto de Montillo fazer uma dupla forte, criativa e que teria totais condições de municiar o artilheiro Borges. Martinuccio é um jogador extremamente habilidoso, inteligente e veloz, pode confundir a marcação dos adversários e aumentar muito o poder ofensivo do time celeste. Roth terá que fazer a escolha entre um dos dois, pois o regulamento não permite mais que três estrangeiros no grupo que vai pro jogo, ou então barrar Victorino ou Montillo do jogo.

O Internacional é uma equipe muito forte, com elenco experiente mas tem um técnico novo e sem tanta malícia. Roth tem obrigação de dar um nó tático em Fernandão, pois é um técnico muito mais rodado nas estradas do futebol.

É esperar para ver, sábado em Varginha o torcedor celeste tem o dever de apoiar o time rumo à vitória. É nestes momentos difíceis que o coração cruzeirense se inflama, conclamando seus aliados a bradar os gritos de guerra em honra ao amado clube guerreiro. O momento é difícil, mas vamos deixar as cobranças para o momento oportuno e lembrar que, novamente, uma pesquisa importante aponta o torcedor celeste como o maior em todo o estado (http://is.gd/8asHN4). É com orgulho que devemos vestir o sagrado manto celeste e ir ao campo com o intuito de levar nosso clube à vitória.

Um abraço a todos e espero que sábado o pós jogo seja em comemoração à tão almejada vitória do Gigante Guerreiro das Gerais.

“Um filho guerreiro não foge à luta!”