A responsabilidade do espetáculo no futebol não é de uma torcida só


Vou falar aqui de um tema polêmico e que está criando muita discussão nas redes sociais da Internet. Cito o clássico Cruzeiro versus Atlético-MG, que tem, pela segunda vez na história, o atributo de uma só torcida poder participar da festa.

Na primeira oportunidade, ocorrida na 12ª rodada do Brasileirão, somente torcedores atleticanos “puderam” comparecer à Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, para assistir a partida. Agora, no domingo (24/10), será a vez dos Cruzeirenses não terem a companhia dos rivais alvinegros.

Mas ao que parece, a história não vai ser bem assim. Via orkut, atleticanos afirmam terem adquirido ingressos para a partida do final de semana, contrariando a decisão firmada entre as diretorias de Cruzeiro e Atlético-MG. O que pode ser perigoso, tanto para os cruzeirenses presentes quanto para os atleticanos.

Inclusive, várias matérias jornalísticas já foram publicadas na Internet, com a cúpula cruzeirense manifestando a sua opinião sobre o caso. Na oportunidade, Dimas Fonseca foi quem opinou a respeito. “É uma situação que nos deixa um pouco preocupados. Quero fazer um apelo ao torcedor do Atlético da região do Triângulo Mineiro: que faça como o torcedor cruzeirense fez no último jogo. Ele não foi ao estádio, mesmo sem a camisa do time ou camisa da cor azul. Esperamos que seja usado o exemplo da nossa torcida, para que não haja violência no estádio”, afirmou. (fonte: site Superesportes).

Por isso, já ficou claro que essa é uma preocupação da diretoria cruzeirense e também das autoridades envolvidas com o jogo, mas ao que parece, não é, da forma que deveria, da direção atleticana. Não se vê mobilização alguma por parte do Atlético-MG, a fim de pedir a compreensão dos seus torcedores, no que diz respeito a não presença deles nessa partida. Isso, na minha opinião, deveria ser feito em benefício da manutenção da segurança e não para, no futuro, poder se gabar de situação X ou Y. Ou seja, por possivelmente terem ido a um “jogo proibido” e os cruzeirenses, quando tiveram a oportunidade, não. Acho que falta um pouco mais de vontade e responsabilidade de alguns, para com essa situação.

Já que decidiram e criaram esse método individualista – no ponto de vista do torcedor – pois somente uma torcida pode ir ao clássico, que pelo menos que se cumpram os acordos. Me posiciono totalmente contrário a essa história de torcida única, pois considero os jogos clássicos diferenciados, sendo a torcida fator inerente. São os torcedores que fazem a festa e abrilhantam o espetáculo. Imagina só: que graça teria um Cruzeiro x Atlético-MG, no Mineirão, com os portões fechados? A resposta é simples. NENHUMA! A torcida é componente indispensável em jogos dessa magnitude. Ela compõe muito bem e faz com que um show de imagens sejam fotografadas e gravadas pela imprensa.

Portanto, para que situações como essa não existam mais, peço que parem de tentar “matar” o clássico. Entendam que para se torcer não é necessário matar ninguém. Futebol é paz, alegria e diversão para todos. Futebol é sem idade. Respeitem o direito do outro para ter o seu respeitado. Futebol não é responsabilidade de uma torcida só.

Guilherme Guimarães (@guilhermepiu), é jornalista formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH). Natural de Belo Horizonte, realiza trabalhos na área do esporte desde 2005, quando começou a escrever sobre futebol amador no Jornal “O Tempo Contagem”. Já trabalhou no Jornal Super Notícia, na assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e teve matérias e fotografias publicadas em grandes jornais e revistas de Minas Gerais, como O Tempo, Hoje em Dia, Jornal da Cidade e Revista HIT. É colaborador do Guerreiro dos Gramados desde 2009. Siga o GDG no twitter: @gdosgramados.