A mística portenha no time celeste


“A singular categoria argentina sempre combinou bem com a o estilo de jogo celeste. A aplicação no toque de bola rápido e inteligente, mesclado com a disposição, raça e aplicação tática argentina, faz desta mistura uma receita de sucesso no Cruzeiro.”

Salve, salve China Azul.

Que me perdoem os irmãos do sul, mas o time mais “portenho” que existe no futebol brasileiro é o Cruzeiro. A história mostra que os hermanos gostam de jogar pelo clube celeste. Alguns se tornaram ídolos eternos, outros jogaram para o gasto e tem aqueles que a china azul sequer lembra que passaram pelo clube.

Na prateleira de cima temos Perfumo, o Xerife da seleção argentina na copa de 74 e do Cruzeiro entre 70 e 74 e o eterno ídolo Sorín, o mais guerreiros dos argentinos a vestir orgulhosamente o manto celeste. Outro que caminha a passos largos a escrever seu nome na história do clube é o meia Montillo, La Ardilla (como é conhecido no Chile e em sua terra natal) ou o Pirata Azul, independentemente do apelido, o cavaleiro celeste galopa para se colocar entre os grandes nomes da história do clube, muitos me perguntarão o que lhe falta, e eu respondo: um Título.

Na intermediária, temos dois nomes, o mais contemporâneo foi o atacante Farias, veio como grande contratação, mas nunca deslanchou mesmo tendo sido importante na permanência do clube na elite do futebol brasileiro ano passado. Além de Farias, na década de 40 Bruchelli chegou a disputar doze jogos, mas não conseguiu convencer e hoje em dia ninguém se lembra dele.

Já entre os que nunca nem ouvimos falar estão Prediger e Rudman. O primeiro no ano passado e o segundo em 1994, dentre os dois, somente Rudman fez uma única partida pelo clube celeste.

Agora o time estrelado anuncia a contratação de Martinuccio. Uma das revelações e vice-campeão da Libertadores em 2011 pelo Peñarol. Alejandro Martinuccio realiza exames médicos no exato momento que escrevo este texto. Contratado ano passado a peso de ouro pelo Flunimed, o argentino não conseguiu se destacar com a camisa do “pó de arroz”. Vale ressaltar que foi pouco aproveitado pelos técnicos do Tricolor, sendo emprestado no início desta temporada para o Villareal da Espanha. Lá também não conseguiu ter boa sequência, talvez pela maré que vive o time espanhol.

Atuando pelo Cruzeiro, Martinuccio tem a grande oportunidade de disputar o Campeonato Brasileiro por um grande clube do nosso futebol – Que me desculpem os tricolores, mas o Flu tem que disputar a terceirona para depois subir ano a ano até chegar à primeira divisão, pois não dou crédito a time que subiu no tapetão – além disso, formará um meio ofensivo com o seu compatriota Montillo. Jogando bem, será uma boa opção no meio e colocará nas mãos de Celso Roth várias opções para montar o time.

A singular categoria argentina sempre combinou bem com a o estilo de jogo celeste. A aplicação no toque de bola rápido e inteligente, mesclado com a disposição, raça e aplicação tática argentina, faz desta mistura uma receita de sucesso no Cruzeiro. Com o novo enganche argentino o gigante guerreiro terá mais alternativas na armação das jogadas, além de melhores opções de contra ataque, das saídas rápidas pela intermediária ou, por que não, na milonga, para aqueles momentos em que é melhor segurar o jogo e deixar o tempo passar.

Com a chegada de Borges e Martinuccio, o cruzeiro passa a ter grandes variações de jogadas, seja por bolas enfiadas nas duas pontas, fazendo o pivô ou chegando como elemento surpresa. O argentino tem uma oportunidade de ouro de se destacar no futebol brasileiro e mostrar que toda categoria e raça, demonstrados no ano passado, não foi um “fogo de palha”.

Fica para a China Azul a esperança de bons tempos com este time que está sendo formado. Se nosso técnico souber armar bem o time, o Guerreiro dos Gramados sai de postulante ao rebaixamento para Candidato ao título.

Um abraço a toda nação azul e fica o lembrete para a Rádio “Guerreiros em Debate” que vai ao ar hoje às 23hs, discutindo tudo que envolve o dia a dia do Cruzeiro, com imparcialidade e independência, a opinião de torcedor para torcedor, sempre com participações especiais, inclusive a do ouvinte via twitter, facebook e orkut.

Esperamos vocês!
Um filho guerreiro não foge à luta!
Um abraço a todos.