A limonada feita com poucos limões, mas muito saborosa


Realmente quando vemos em um time um jogador correndo pelo outro, todos pegando forte, sabendo que na falta de peças importantes e já entrosadas teria que ser na vontade, e foi, a força que emerge desta cumplicidade é tamanha que se ganha os jogos em cima deste dito , e dá em nós torcedores um sentimento de que podemos até perder, mas não por falta de luta.

24.06 - Wellington Paulista, atacante Diante dos desfalques, tanto na esquerda, quanto na zaga, vimos nosso elenco com poucas alternativas, e Adilson fez o certo, apostou no conjunto e como ele sempre diz colocou em campo quem tinha mais condições, principalmente um time mais encorpado devido à característica de jogo do grêmio.

O time gremista abriu mão de Ruy, que é um jogador de muita movimentação, para jogar mais recuado, apostando em um erro azul e em suas bolas aéreas. Até os 20 minutos o que se viu foi o Cruzeiro com certa dificuldade de fazer a transição do meio para o ataque, pois tinha M. Paraná descolado para a esquerda e isto pesou em dois fatores: o primeiro é que ele chegava ao fundo, mas não tem a perna esquerda e tivemos chances por ali, a segunda e a mais preocupante foi que sem ele no meio, perdemos em velocidade de cobertura que ele faz com maestria pelos lados, principalmente na direita nas costas do Jonathan onde os gaúchos deitaram e rolaram no primeiro tempo, Fabinho e Henrique não tem velocidade tal para uma cobertura perfeita e Eli jogava fechando pelo meio na marcação, ficando então o buraco na direita.

Enquanto Jonathan perdia chances do nosso lado, o Grêmio abusava de perder chances até mais claras, abusando da sorte, e quando eu já rezava para acabar a primeira etapa, para uma correção no posicionamento, fizemos um gol importantíssimo, pelo momento e principalmente para dar confiança ao nosso centroavante que lutava, mas se ressentia de um melhor futebol.

Voltando para o segundo tempo, Adilson trouxe M.Paraná para o meio, deslocou Eli para a esquerda e o Cruzeiro cresceu em campo, foi nítido.

Os dois gols foram conseqüências do volume de jogo do Cruzeiro, os gaúchos sentiram muito, tivemos chances de matar o jogo, mas estávamos no limite do preparo físico, jogadores nitidamente cansados, e ao final onde a torcida já gritava olé (cedo demais, eu xinguei muito por isso) perdemos uma bola no meio, M. Paraná quis tocar de primeira, inventou, abdicou do básico que faz muito bem e armou o contra-ataque que originou o gol dos tricolores.

Após o gol o que se viu foi o Cruzeiro rezando para o jogo terminar o Grêmio nasceu no jogo veio para cima e terminamos tomando pressão, pois como disse já não tínhamos pernas, e Adilson mesmo com as substituições não tinha jogadores no banco para entrar com características de marcação forte, jogamos com o que tínhamos em mão.

Pontos fortes do time: A união e a entrega foram essenciais, a força do grupo e nisto Adilson tem os méritos; na falta de jogadores habilidosos no time, os dois que estavam em campo, Wagner e Kléber jogaram o que sabem e mais um pouco;

Pontos fracos do time: faltou seriedade ao M.Paraná quando perdeu a bola no lance do gol gremista, logo ele um dos mais experientes do time; T. Heleno continua afobado e quase deu um gol ao adversário.

Conclusões: Fabinho embora não esteja no mesmo ritmo é o volante dentre os que jogaram ontem com melhor qualidade de passe e visão de jogo, acredito que segurando mais Henrique e dando a ele maior liberdade, podemos chegar com mais qualidade na frente.

P.s.: As declarações do argentino, só aumentaram mais a união e a vontade de ganhar em Porto Alegre, tenho certeza que Adilson nem vai precisar usar isto como motivação, o sentimento de revolta dos jogadores foi a mostra de união do time.

Gener Valvão, 34 anos, morador de Contagem, trabalha na área da construção civil diretamente com contrutoras. Desportista nato, acompanho esportes pelo mundo todo (graças a ESPN e Sportv), cruzeirense enraizado na família toda azul, contarrâneo dos Perrelas por parte de pai (São Gonçalo do Pará) e contarrâneo do vice Gilvan de Pinho Tavares por parte de mãe (Sabinópolis). Como foi quase jogador profissional, gosta muito e tem o tino de analizar e observar o jogo taticamente e estrategicamente falando, esquemas, posicionamentos, etc…sendo principalmente muito exigente comos pseudo- jogadores hoje em dia.