4-3-3 volta a falhar e Cruzeiro não consegue mais que empate em Chapecó


Nas entrevistas pós-jogo os jogadores e Vágner Mancini foram praticamente unânimes em culpar o péssimo gramado da Arena Condá como culpado para a fraca exibição do Cruzeiro na noite desta quarta-feira, mas embora tenham uma certa dose de razão, uma análise da exibição celeste na partida de ida contra a Chapecoense exige um pouco mais de reflexão.

Se o Cruzeiro dominou a maior parte da posse de bola e finalizou 30 vezes ao gol durante a partida, a verdade ainda maior deste jogo é que o esquema de três atacantes mais uma vez não funcionou e, para piorar, muito pouco produziu de chances perigosas de fato ao gol adversário.

Anselmo Ramon perdeu boa chance no início da partida, mas depois se apagou. Wallyson sequer apareceu e Wellington Paulista ficou apenas na troca de empurrões tradicional com os rivais. Sozinho na armação, Montillo pouco produziu e os velhos espaços na marcação celeste provocados pela ausência de homens de contenção seguiram aparecendo.

Foi em uma cobrança de escanteio, porém, que a Chapecoense chegou ao gol cruzeirense e o zagueiro Souza, aproveitando que a defesa cruzeirense só o assistiu subir para cabecear, mandou para o fundo das redes de Fábio aos 16 minutos da primeira etapa.

O gol da equipe catarinense, no entanto, não mudou o panorama do jogo e o Cruzeiro seguiu com a posse de bola, mas sem conseguir concluir com perigo ao gol de Rodolpho até o fim da primeira etapa.

[Vídeo] Os gols e os melhores momentos de Chapecoense 1 x 1 Cruzeiro pela Copa do Brasil 2012

Diante daquele panorama, Vágner Mancini percebeu que era necessário mudar a equipe e lançou Walter no lugar de Wallyson, assim como na partida contra o Atlético, logo depois do intervalo e a substituição mais uma vez funcionou, embora seja possível acreditar que também funcionais caso o substituído fosse qualquer um dos outros homens de frente. O resultado da mexida veio também aos 16 minutos, só que da segunda etapa, quando Walter cabeceou após excelente cruzamento de Diego Renan e deixou tudo igual no placar.

O empate não abalou os catarinenses que, pelo contrário, saíram para o jogo e até começaram a chegar com mais perigo ao campo cruzeirense. Para tentar a virada, Mancini apostou em Roger no lugar de Wellington Paulista, mas desta vez a entrada do armador celeste não surtiu grande efeito.

Mancini ainda apostaria em Élber no lugar de Diego Renan, mas pouco após a entrada do garoto o zagueiro Léo foi expulso após uma imprudente entrada por trás no adversário.

Com um a menos, o Cruzeiro diminuiu o ritmo e administrou o empate que leva a decisão para Sete Lagoas, mas principalmente deixou a sensação de que o 4-3-3 de Mancini precisa ser repensado.

Fotos: SIRLI FREITAS/AGÊNCIA ESTADO