08 set Venceu o time que jogou bola
O segundo turno, para o Cruzeiro, começa igual ao primeiro. A esperança é que, no mínimo, a campanha seja igual, porque se depender do futebol mostrado, coisas piores podem acontecer.
Os mais jovens estão acostumados com os jogos de videogame – que também gosto – e talvez não se lembrem do “futebol de moeda”, ou “futebol de prego”. Era uma placa, normalmente de madeira, com pregos servindo de jogadores, o objetivo era bater na moeda e fazer o gol no adversário.
O Cruzeiro de ontem me fez lembrar este jogo. Uma equipe totalmente estática, sem movimentação, sem criatividade. Em certos momentos do jogo, o Fluminense parecia ter uns 30 jogadores em campo, ao invés de 11, de tanta vontade de jogar e marcar o Cruzeiro – e nosso time ali, inoperante, parado, inofensivo.
Ainda no primeiro tempo, aquela batida de falta de Montillo, que mandou para o alto, me fez pensar “hoje não é o dia em que o Pirata Azul vai nos salvar”. E foi isto que aconteceu – ele correu e se dedicou muito para o time, no segundo tempo fez um golaço, e por isso foi o único que se salvou do vexame.
As atuações dos demais jogadores ficaram sempre entre o “discreto, não acrescentou nada” e o “horroroso, que matou o time”. Neste quesito, destaque mais que negativo para Léo, que não passa nenhuma segurança na zaga e foi vítima da malandragem de Fred no lance do pênalti. Marquinhos Paraná, uma negação como lateral direito, mais um gol sofrido foi em cima dele. Keirrison e Anselmo Ramon disputavam quem era o mais inútil – o primeiro se escondeu do jogo e recebeu poucas bolas, o segundo errava todas as jogadas que tentava.
E Emerson Ávila? Ele não é o responsável pelo péssimo momento do time, porque chegou somente agora, assim como os garotos da base, mas ontem, especificamente, ele fez uma salada com o time que não deu certo. Contra o Palmeiras o time estava mal com apenas um atacante e melhorou quando colocou Keirrison e, depois, Bobô. Ontem, tinha dois atacantes e voltou para o segundo tempo com apenas um, três meias, dois volantes improvisados de laterais…coisa de Professor Pardal…
Falando em atacantes…outro dia em uma das minhas colunas, disse que “nem 400 atacantes fariam gols” numa partida que Joel Santana escalou cinco homens de frente, e nada da bola entrar. Nesta mesma coluna citei que os Perrellas, desde a Tríplice Coroa, contratou 55 atacantes (agora são mais), e apenas alguns deram certo.
Ontem foi a prova definitiva disto. Fred, sempre ele, dominava a bola, girava, tocava, tentava os lances, foi malandro para cavar o pênalti (que aconteceu sim senhor, Léo agarra Fred com as duas mãos no início do lance) e sempre estava bem posicionado. Fred, sozinho, mostrou que vale muito mais do que esta barca de atacantes pernas-de-pau que o Cruzeiro vem trazendo nos últimos anos.
E pensar que ontem ele contou com a ajuda de Mariano e Carlinhos, dois laterais que foram dispensados pelo Cruzeiro…vai entender…
Depois de ler esta coluna, alguns leitores devem dizer “o colunista está jogando a toalha, já desistiu, corneta, etc, etc, etc…”. Desistir, eu não desisto. Acreditar, eu sempre acredito, porque sou torcedor. Mas a verdade tem que ser dita, mesmo que me chamem de corneta – ou o Cruzeiro começa a ter bons resultados logo e brigar para tentar ao menos uma vaga no G-4, ou no ano que vem é se contentar com Copa do Brasil e Sul-Americana – pra não dizer coisa pior, porque estamos em DÉCIMO SEGUNDO LUGAR, não se esqueçam disto.
Acaba logo 2011.
Abraços a todos.