Vamos parar de “cornetar” e “entrar” na Libertadores


O recado é direto para toda a torcida. Chega de cornetagem à toa. Jogamos mal, é verdade, mas já está passando da hora da torcida “entrar em campo” com o Cruzeiro nesta Libertadores 2010. O Cruzeiro, de novo, começa dominando o adversário, Fabinho faz um gol chorado, depois o time dorme em campo. Nas arquibancadas, várias reações.  Eu, meus amigos e a maior parte da torcida vendo o jogo na boa, as torcidas organizadas tentavam dar um apoio cantando algumas músicas.

Ah, é claro, tinham os cornetas de plantão. Algumas fileiras acima de onde eu estava, um tiozão reclamava de tudo e de todos. Não perdoava ninguém. Todos os toques de bola do Cruzeiro em campo eram motivo de reclamação.

Aí vocês me perguntam: por que eu estou falando disto?

Porque, meus amigos cruzeirenses, mesmo jogando mal, ontem o importante era vencer, “nem que fosse de meio a zero”, como dizem. Ano passado, quando eu comecei a escrever aqui no GDG, fiz uma coluna com o título “Libertadores é assim mesmo”.

Eu também quero ver o Cruzeiro entrar em campo, meter goleada e jogar bem sempre, mas quando não dá – por ruindade do time, dos jogadores, do técnico, por má fase ou por qualquer outro motivo – o que vale mesmo são os três pontos.

Para quem reclama que os 2 x 0 de ontem foram pouco, e que o empate com o mesmo Deportivo Itália há duas semanas foi desastroso, vale lembrar que na Libertadores 2009 nós também vencemos os “poderosos” Deportivo Quito e Universitário de Sucre, no Mineirão, ambos por 2×0 e com sufoco. Empatamos com este mesmo Universitário de Sucre fora de casa.

Aliás, puxando mais a memória, na Libertadores de 1997, fomos campeões perdendo para todos os nossos adversários e revertendo resultados negativos (Grêmio duas vezes, Sporting Cristal, Alianza Lima, El Nacional, Colo Colo). Nosso único empate foi na final, contra o Sporting Cristal, quando realmente precisava.

Torcedor cruzeirense, já tem muita gente jogando contra o Cruzeiro este ano. Arbitragem sulamericana, imprensa marrom, time das flanelas cor-de-rosa, Tribunal de Justiça Desportiva, e por aí vai. Se a gente ficar vaiando até quando estamos vencendo a coisa vai só piorar para nosso lado.

E por falar em “vaiar até quando vence”, tome mais uma sessão de “Adílson cala a boca dos outros”. Bastou o Pedro Ken aquecer e começaram as cornetas. Quando ele entrou no lugar de Gilberto, então, a arquibancada se dividiu – uma parte cornetou, a outra apoiou o time.

Eu, da minha cadeira, comentei com um dos meus amigos “Pedro Ken vai entrar na posição dele, de meia, não de segundo volante…pode ser o dia dele”…dito e feito, um passe para o companheiro dentro da área, o chute deu rebote e lá estava Pedro Ken para estufar as redes e garantir o resultado.

Os cornetas dirão que foi sorte. Adílson dirá que foi tudo estudado. Eu digo apenas que são mais três pontos e, por mim, fim de papo.

Domingo tem Democrata-GV, mas na semana que vem tem o Vélez. Mais uma partida em que “meio a zero é goleada”. E a cada “meio a zero” que passa, estamos caminhando na Libertadores 2010.

Abraços a todos.