Um guerreiro não tenta parecer, ele é


Começa nesse fim de semana a 97ª edição do Campeonato Mineiro. Sem dúvida o Cruzeiro entra como favorito à conquista da taça. Para quem gosta de números é bom lembrar que foram disputados seis torneios antes do surgimento do Cruzeiro, período que o futebol mineiro  era dominado pelo América.

Mas 2011 reserva disputas mais emocionantes ao time estrelado. Por isso, mais uma vez, e espero não ser chata, questiono as ações da diretoria cruzeirense e também do técnico Cuca. Alguém pode me explicar por que colocaram jogadores da base para treinar entre os profissionais e não lhes deram chances de jogar? A torcida esperava ver o jovem Thiaguinho. Não compreendo abrir mão da prata da casa para manter jogadores que não deram retorno. Diante disso imagino que as vidas de Pedro Ken e Wellington Paulista não serão fáceis esse ano.

Novamente o discurso é um e a ação outra. A essa diretoria não dou mais crédito. Porém, acredito. Minha torcida é toda dos atletas que vestem o manto azul. E por falar neles, hoje faço uma menção a Fabrício.

Guerreiro azul

Um guerreiro não tenta parecer, ele é - Foto: VipComm“Galo para você, que tem bastante intimidade, para mim é Atlético Mineiro. Eu não sou daqui, não conheço muito a história”. Bem inusitada a resposta do volante celeste diante da pergunta de um repórter assumido atleticano. Mas dele pode-se esperar tudo!

A ousadia de desafiar o jornalista ao vivo gerou um movimento da china azul no twitter e até um perfil foi criado – @fabriciofacts – onde frases que demonstram a personalidade do atleta surgem a todo momento, como “então foi o Fabrício que produziu o filme A fuga das Galinhas”? (@AndreHAlmeida) #FabricioFacts. Nem precisa dizer o quanto ele é adorado pela torcida.

Mas o que torna um jogador, que não é artilheiro e não veste a camisa dez, ídolo de uma torcida? Basta ver Fabrício em campo. Lembro-me de suas atuações no começo da carreira, pelo campeonato paulista, e sonhava em um dia vê-lo vestir a camisa do Cruzeiro. Felicidade é pouco para descrever o que senti quando o sonho se materializou. A minha admiração ele já tinha, mas hoje acredito que nenhum cruzeirense o contesta.

Ele pode não ter a elegância de Dirceu Lopes ou a habilidade de Tostão, mas sobra garra, hombridade e coragem, como vimos na partida contra o Corinthians no Brasileiro de 2010. E quando o jogo fica difícil ele surge como armador, dá passes e parte pra cima da marcação, como no jogo contra o Havaí pelo mesmo campeonato.

Paulo Coelho, no livro Manual do guerreiro da luz, diz que “um guerreiro não tenta parecer, ele é”, simples assim. E seu nome fortalece a imagem do guerreiro. A origem é o latim e significa O Operário. Tudo isso o torcedor vê dentro de campo.

Obrigado Fabrício por representar, com respeito e lealdade, o Cruzeiro Esporte Clube, maior clube de Minas Gerais.