13 jan Um gladiador insatisfeito
As contendas entre Kleber e a torcida Azul estão longe de um final feliz. Pelo menos do lado do jogador, há, visivelmente, uma certa insatisfação por ter ainda cinco anos de contrato com o Cruzeiro.
Kleber está, em toda entrevista, fazendo questão de utilizar o termo “eu sou profissional” para justificar sua permanência no Cruzeiro. Ou seja, se expressando assim, ele demonstra que só permanece no Cruzeiro porque tem contrato, nada mais que isso.
Talvez por influencia do seu empresário, um “mauricinho” arrogante, o jogador se considera o grande injustiçado da história. O que não é verdade.
Concordo que o jogador de futebol pode fazer o que quiser nas horas vagas, porém, o bom senso coloca limites. Creio que eles também concordarão com isso.
Jogador e agente precisam saber que não estão lidando apenas com personalidades, estão lidando com o povo, e a paixão de um povo é incontrolável e irracional.
O povo, ao contrario dos indivíduos, é uma entidade sem memória. Não guarda mágoas nem rancor, como o jogador ainda guarda. As pessoas queriam apenas ser correspondidas.
Fico me perguntando as vezes: Será que o empresário deste jogador não o orientava? Será mesmo que este agente não via pelas ruas de BH e Minas Gerais as inúmeras crianças com a camisa 30 do Cruzeiro?
A primeira coisa que um agente deveria fazer é cuidar da imagem do seu jogador, orientá-lo em função da sua marca e das pessoas que o elegeram como um novo ídolo aqui no Cruzeiro.
Porém, não se preocuparam com isso, não se preocuparam com aquelas crianças que pediram aos pais a camisa 30 do Cruzeiro.
Para demonstrar o quanto toda aquela revolta por parte da torcida era fruto de apenas uma desilusão causada pelo jogador, com apenas um gol salvador os torcedores já gritavam novamente o seu nome, pois, ele sempre foi um jogador aclamado pela torcida. Mas, a mágoa do jogador persiste, e sem fundamento.
Kleber e principalmente seu empresário não pensaram naquela criança que teve de guardar a sua camisa 30 por perceber que o jogador estava jogando no Cruzeiro apenas em corpo, não em alma. Kleber se preocupou apenas com o seu público de São Paulo, como se esse fosse mais importante.
Passado todo período de perturbação, a torcida, mais uma vez, acredita no Gladiador, mas o Gladiador está insatisfeito, pois, inicialmente, ele pensou que apenas passaria férias aqui no Cruzeiro, vulgo “primeiro semestre de 2009”.
No século XXI, os Gladiadores são profissionais, infelizmente.