Título para comemorar no máximo dois dias


Vou avisando aos leitores que não estou querendo criar nenhuma polêmica. Também não vou menosprezar a conquista de ontem, nem os jogadores, muito menos o adversário.

Leiam com calma. Espero que me compreendam.

Foto: VipCommSobre a partida, faço os merecidos elogios aos responsáveis diretos pela vitória. O retorno de Thiago Ribeiro mostra que o esquema ideal do Cruzeiro é com dois atacantes de velocidade – um alerta para a diretoria na hora de contratar reforços – . Leandro Guerreiro e Gil impecáveis no sistema defensivo, Roger e Gilberto sensacionais na armação de jogadas, chamaram o jogo pra si e corresponderam.

Vale ressaltar ainda, do ponto tático, que Cuca foi valente, partiu pra cima quando precisou (ok, fomos salvos por Fábio no lance do Magno Alves, mas goleiro serve é para isso.) Fomos recompensados pela vontade e pelo volume de jogo, diante de um Atlético-MG que, sem ofensas, desde o início do jogo estava mais preocupado com a defesa do que com o ataque.

Este Campeonato Mineiro de 2011 teve um pouco mais de valor por causa das várias piadinhas que a torcida do Cruzeiro vem escutando desde a derrota na Libertadores.

E isto, meus amigos, é para comemorar por apenas dois dias – ontem, depois do jogo, e hoje, entupindo os e-mails dos rivais com gozações.

A verdade vai bem além desta partida de ontem.

Vou escrever algo que, eu aposto, até o torcedor atleticano mais extremo vai concordar – tanto o Cruzeiro quanto o Atlético-MG têm que parar com esta necessidade de “apenas tentar ser melhor do que o rival”. Isto não leva nenhum dos dois a lugar algum.

Não quero desrespeitar ninguém, mas em Minas Gerais, existem três “grupos” de times:

  • Cruzeiro e Atlético-MG estão acima (a maior rivalidade do estado, isso ninguém duvida)
  • América-MG, um pouco abaixo (também rival, que incomoda, mas não tanto quanto os outros dois)
  • Lá embaixo, vem todo o resto (às vezes um time se destaca, mas no geral apenas fazem figura).

Ser melhor do que qualquer um destes “grupos” acima significa pouco, muito pouco, quando os times vão disputar Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores, títulos que realmente importam, e que marcam a carreira dos atletas, os clubes e as torcidas.

Por isso, leitor do Guerreiro dos Gramados, comemore bastante – escute os áudios dos gols – , vista a camisa, coloque a bandeira na janela, ande de carro buzinando na rua, encha o e-mail dos seus colegas de piadas, responda todas as provocações (tudo sem violência, por favor).

Mas amanhã, terça-feira, já é hora de pensar no futuro do time, porque quem se contenta em ser melhor de um campeonato de poucos times e baixo nível técnico, acaba sendo um dos mais fracos times do Brasil e da América do Sul.

E isto o Cruzeiro não é e nunca vai querer ser.

Abraços a todos.

RETIFICAÇÃO: inicialmente, peço perdão aos torcedores por uma grande falha. Na minha última coluna, ao citar os títulos importantes do Cruzeiro, eu me esqueci das duas Supercopas da Libertadores de 1991 e 1992 – por sinal, os primeiros títulos que tive a alegria de ver ao vivo, no Mineirão lotado.

Então meu orgulho de ser cruzeirense é ainda maior do que eu disse antes: dos 10 (dez) títulos de expressão que vencemos (2 Libertadores, 4 Copas do Brasil, 1 Brasileiro, 1 Taça Brasil e 2 Supercopas) eu vi com meus próprios olhos 08 (oito) deles.

E ainda quero mais. Aposto que todos também.

[Fotos] Cruzeiro 2 x 0 Atlético-MG pela Final do Campeonato Mineiro 2011

[Vídeo] Os gols e os melhores momentos de Cruzeiro 2 x 0 Atlético-MG pela Final do Campeonato Mineiro 2011