
08 abr Sai que é sua, Rafael!
O jogador mais antigo presente no atual plantel cruzeirense é o goleiro Fábio. Atleta que mais atuou com a camisa celeste, e ídolo de boa parte da torcida, os 35 anos de vida denotam que arqueiro já se encaminha para os seus últimos anos de carreira. O segundo nome mais longevo no plantel é justamente o seu reserva imediato, Rafael, que terá uma rara oportunidade de jogo no próximo domingo, contra o Boa Esporte. Rara porque desde sua promoção aos profissionais, em 2008, o goleiro atuou em apenas 37 partidas pelo clube, contabilizando amistosos.
É incomum ver um atleta com tamanha paciência. Rafael preza justamente por isso, entender o maior prestígio e experiência do titular e não forçar a barra para receber oportunidades, tumultuando o ambiente. Quando chamado a intervir, normalmente consegue desempenhar um bom papel e raramente compromete. Para dar alguns exemplos, na atual temporada ele jogou apenas contra o Atlético-PR, pela Primeira Liga. E além de jogar bem, conseguindo pelo menos duas defesas importantes no confronto, defendeu um pênalti de Nikão nos instantes finais, garantindo os 3 pontos.
Talvez o episódio mais marcante da trajetória de Rafael no Cruzeiro tenha ocorrido no fim de 2011. Foi ele o arqueiro celeste no eterno 6 a 1 sobre o Atlético-MG, na Arena do Jacaré. E na humilde opinião deste escriba, Rafael tem alguns predicados que o credenciam a ser o sucessor da camisa 1 cruzeirense. O primeiro deles já foi citado, essa paciência que demonstra frieza, um imenso entendimento coletivo do jogo e a capacidade de controlar o próprio ego em benefício do clube. O segundo é a coragem que sempre demonstrou, (até pra sair do gol, né Fábio) sem se apequenar quando é chamado a ação, mesmo sem o ritmo de jogo ideal, algo que só a sequência de partidas pode proporcionar.
É muito comum haver dificuldade e insegurança na substituição de um goleiro que defende a mesma camisa por vários anos. Vemos hoje o exemplo de Dênis, no São Paulo, um bom goleiro que é questionado a cada mínima falha simplesmente por ser o primeiro-imediato a assumir a condição de Rogério Ceni. Talvez Rafael pudesse ter sido emprestado em algum momento para ter a condição de jogar regularmente e se desenvolver, mas não aconteceu e não é hora para lamentações. Resta a nós torcer para que o nosso camisa 12 tenha amadurecido bem com os treinamentos e a experiência no convívio diário com outros profissionais na Toca. Domingo será mais um teste e ele precisa se mostrar pronto. Eu confio, e você?
Por: Emerson Araujo