27 out Ronaldo! Fala menos no Curinthia, Ronaldo!
Ganhar do Corinthians, no Pacaembu, diante de milhares de torcedores gritando “aqui tem um monte de lôco!” foi piração total! Aliás, eu não entendo como funciona o serviço de saúde pública de São Paulo. O lance era pegar essa paulistada toda e jogar dentro de um hospício.
Mas até que nas arquibancadas o jogo foi tranquilo. Tenso foi dentro de campo. Na verdade, antes mesmo da partida começar, algumas situações inusitadas foram notadas.
Não pude ir ao jogo porque estava na final do emocionante Mundialito de Bocha, disputado no Egito. Ainda assim, fui informado, no intervalo, de coisas estranhas acontecendo nos bastidores do Pacaembu. Um buffet foi flagrado entrando no vestiário do Corinthians, com docinhos, salgadinhos e línguas-de-sogra. Só um jogador foi visto comendo. Juro, não fiquei sabendo quem foi… Mas posso imaginar!
Outro fato me chamou a atenção. Em entrevista antes do início da partida, Ronaldo disse que foi no Cruzeiro que aprendeu a virar homem. Hummm… Danadinho! Pegou mal, Ronaldo! Aprendeu a virar para a direita ou virar para a esquerda? Acho que essas coisas você não aprendeu no Cruzeiro. E a relação do Ronaldo com o Cruzeiro é realmente muito estranha. O povo tem memória fraca, mas eu não vou deixar ninguém esquecer que há meses Ronaldo disse que passava fome no Cruzeiro. E agora diz que virou homem lá?! Zina, muda o bordão! A partir de agora vai ser: “Ronaldo! Fala menos no Curinthia, Ronaldo!”
Outro fato que me deixou super assustado, realmente surpreso, foi o fato de Kléber ter sido vaiado pela torcida celeste. O que será que ele fez de tão grave? Tadinho, gente… Só porque o cara estava contundido, afastado pelo departamento médico, foi a São Paulo, jogou com a torcida do seu time do coração, o Palmeiras, e ainda tirou fotos e falou que seu sonho era voltar a vestir a camisa verde? O que tem de mais nisso? O jogador não pode ser sincero? Kléber, tô contigo! Tô contigo gritando no seu ouvido até falar que chega: “cresce, criança, cresce!”
Sem Kléber e sem Wellington Paulista, Gilberto salvou a pátria. Marcou no final do 1º tempo em jogada perfeita. O time rodou a bola e Gilberto afundou para balançar as redes. O mago Adílson Batista retrancou o time no 2º tempo, mas dessa vez disse que o fez pensando na partida contra o Santo André. O objetivo era poupar jogadores.
Independentemente de tudo isso, foi uma partida tensa. Fernandinho foi expulso e Fábio brilhou novamente. Aliás, já mandei uma carta ao Dunga, grande amigo, recomendando a escalação do incrível guarda-redes celeste. Fábio me lembra muito František Plánička da Checoslovaquia que deu show no mundial de 1938. Nessa época, eu havia me refugiado na Checolosvaquia depois que meu esquema de apostas ilegais no Brasil foi descoberto. František logo me chamou a atenção com sua disposição e reflexos perfeitos. Depois disso rodei o mundo conhecendo outros arqueiros de renome, como o italiano Aldo Olivieri “The Black Spider”, Thomas N’Kono o melhor goleiro africano, Harold Schumacher, alemão de poucas palavras e Andoni Zubizarreta, detentor de quatro campeonatos do mundo. Inclusive, foi na Espanha que conheci Carmencita Velásquez, atriz de cabaré, já com seus 55 anos, que transformou minha vida em um sonho, antes do meu retorno ao Brasil… Ai, ai…
Fico por aqui e que venha o Santo André. O G4 é (quase) nosso! Muita garra nessa hora e vamo que vamo que o show não pode parar!