
19 jul Ressurgir é necessário
Tal como uma fênix ele ressurgiu. Reapareceu das próprias cinzas, agora num vôo muito maior do que pudesse ter feito algum dia, em qualquer outro lugar. Não é imortal, mas é temível. Carrega consigo cargas pesadas que se anulam na força e na raça de vencer. Seu nome? Róger.
Foi assim que iniciei meu artigo intitulado “Seu nome é Róger”, no dia 1° de abril deste ano. Coincidência ou não, dia da mentira. Ou uma simples precipitação da minha parte, quem sabe?
O que me motivou a falar novamente do meia celeste, infelizmente, é o que não dá para negar: ele não é mais o mesmo. Pude reforçar minha conclusão no jogo do último domingo, dia 17, contra o Bahia, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Ali, concentrei meus olhares em quem conseguiu frustrar minhas expectativas, deixando claro que me senti – e ainda sinto – decepcionada por muitos outros. Ele é apenas o personagem principal do meu texto.
Paremos para refletir. Um armador deve, no mínimo, criar e/ou possibilitar boas jogadas de ataque. A regra é clara, a não ser que, a pedido do técnico, ele esteja desempenhando outra função dentro de campo. Pronto. Essa foi a explicação mais plausível que encontrei para justificar meu ponto de vista.
Ao receber do técnico Joel Santana o sinal verde para mostrar o que há muito tempo a torcida não assistia, nada fez. O jogador que se destacou no Campeonato Brasileiro de 2010 e na fase final do Campeonato Mineiro deste ano, permitiu na chance ímpar que teve no domingo, a substituição da habilidade e da visão de jogo – talentos que sempre lhe foram atribuídos – por um corpo disperso e preguiçoso. Perambulando pelos gramados, Róger pode ter tentado, mas não conseguiu se encontrar.
O armador foi perseguido por contusões, fato. Teriam elas o vencido? Falta de entrosamento ou de ritmo de jogo também poderiam estar listados nas desculpas. Para alguns casos é até contestável, não desse. Treinos na Toca em dois períodos diários seriam suficientes para derrubar essas hipóteses. Acompanhei o treino de quinta-feira, dia 14, por isso minha afirmação. Só restam duas opções: falta de sorte ou má fase. O que é possível somente no mundo do futebol.
Minha intenção não é apontar culpados pelos gols que o time deixou de marcar ou pelos erros incompreensíveis das últimas rodadas. Não existe um único responsável. Afinal, pontuamos e garantimos o sétimo lugar na tabela. Aprendi com o atual comandante que o importante não é jogar bonito, é vencer. Mas não precisamos apelar. Temos o nosso diferencial. Nosso nome é Cruzeiro.
Portanto, manifesto, contrariada, e de forma não menos sincera, minha chateação ao perceber que os guerreiros nos quais os torcedores tanto apostavam estejam com o brilho ofuscado ou se entregando, aos poucos, às próprias cinzas. Que, a começar por Róger, eles ressurjam. Não como uma ave qualquer, mas como a Fênix.