31 jan Rápido & Rasteiro: Quem não tem competência não se estabelece
A DERROTA para o Ipatinga, em plena Toca da Raposa III me dá uma gama muito grande de assuntos a abordar. Um deles, sobre o qual não possa deixar de falar, é a reclamação do técnico Adílson Batista em relação às vaias recebidas por ele e o time durante o segundo tempo e no final da partida.
O QUE ELE esperava do torcedor, que se dirigiu ao estádio esperando uma exibição no mínimo suficiente para a conquista dos três pontos e acabou frustrado. O que Adílson está pedindo à Falange Azul-Estrelada é um cheque em branco, apoio incondicional e irrestrito, coisa que nenhum outro treinador teve.
ADÍLSON, PODE tirar o cavalinho da chuva, pois o torcedor paga o ingresso e o mínimo que ele espera é ver o time jogar um futebol mais coeso, sem tantos passes errados e sem esse montão de cabeçadas na defesa, que propiciaram as chances dos adversários e a conseqüente derrota.
NÃO VENHA, agora, jogar a culpa na falta de apoio da torcida, pois isso aconteceu enquanto o time parecia ter comportamento de equipe. Quando as coisas desandaram para o junta-junta, não havia como segurar as pontas.
NÓS ESTAMOS carecas – uns mais, como eu, outros menos – de saber o calvário do Cruzeiro no retorno de Potosí, mas nem isso justifica a falta de apetite, de “tesão” de alguns jogadores, que pareciam fazer apenas mais um jogo, enquanto os adversários empenhavam-se exatamente no contrário, no jogo de vida ou morte.
HOUVE EMPÁFIA de um lado e desdobramento de outro e essa foi a grande diferença. Adílson, não queira que o torcedor aceite certo descomprometimento de alguns jogadores, que têm todas as chances do mundo e não as aproveitam. O que se viu ontem foi deprimente e nada justifica o mau futebol.
IMAGINE, ADÍLSON, pagarmos ingresso caro para ver o Cirque du Soleil e os artistas errarem todos os números. Nós não queremos saber se eles já estão saturados de fazer a mesma coisa dia após dia, sessão atrás de sessão, o mínimo que se pode exigir é o melhor que o circo tem para mostrar. No futebol não é diferente.
DIZ UM VELHO ditado que “quem não tem competência não se estabelece”. É isso aí, caro treinador. Os jogadores e a comissão técnica são muito bem pagos e devem dar o melhor de si para a sua platéia. Vamos à Toca da Raposa III na quarta-feira e em todos os jogos do Esquadrão Azul-Estrelado esperando o melhor que tem para nos oferecer. Se for o que presenciamos ontem, meu caro, não espere elogios, mas cobranças, muitas cobranças mesmo, pois a torcida do Cruzeiro não se contenta com pouco, pois está acostumada com o que há de melhor.
MINHAS CRÍTICAS vão também para o soprador-de-latinha Ricardo-não-sei-das-quantas, que parece muito mais preocupado em mostrar que pode apitar contra um time grande. Só que ele não precisa deixar que o chamado pequeno seja beneficiado por essa sua preocupação, deixando-o impune. Sinceramente, não sei como alguém pode chegar tão alto na carreira com toda essa insegurança e injustiça.
OUTRA COISA, senhor Ricardo-não-sei-das-quantas, até prova em contrário, bola na barriga não se constitui infração alguma e, se o senhor interpretou como bola na mão, por que não puniu com a mesma severidade diversos outros lances de bola na mão genuínos.
PARA MIM, senhor soprador-de-latinha, além de inseguro quanto sua integridade profissional, parece-me com claros problemas oculares. Uma visitinha ao oculista não lhe fará mal algum. A menos que era mesmo aquilo o que o senhor queria enxergar. Outra coisa, os cartões, já que foram inventados, estão aí para ser usados, e abusados, se essa for a necessidade, mas independentemente da cor do uniforme.