Rápido & Rasteiro: Hora de reagir


DO JEITO EM QUE ESTÁ NÃO PODE FICAR. Como o Cruzeiro, através de seu treinador e jogadores, pode falar em título senão tem a devida contrapartida dentro do campo. Tudo bem que, em alguns jogos, como aquele contra o Grêmio e, por último , contra a paulistada, houve a intervenção nada cirúrgica do soprador-de-latinha, mas outros nem tanto. Faltou mesmo foi comprometimento.

NEM FALO DE COMPETÊNCIA, POIS ESSE grupo azul-estrelado já mostrou que tem. Pelo menos deixou isso claro em diversas partidas, como as quatro vencidas pelo placar mínimo no Parque do Sabiá e algumas outras, na base nítida da superação. Entretanto, mesmo nessa derrota para o time paulista e, principalmente no clássico, o que realmente faltou foi gana, vontade de vencer e, acima de tudo, atenção com os adversários.

OBSERVEM BEM QUE, CASO O CRUZEIRO NÃO tivesse entrado em campo sonolento, demonstrando ainda ressentido com a feijoada servida no almoço, na pior das hipóteses, estaria com boa vantagem sobre os principais concorrentes, que abusam de tropeçar, mas levam sorte de o Esquadrão Azul-Estrelado não se aproveitar. Até parece que não existe disposição para a luta pelo título e o que tem sobrado na Toca da Raposa II não passe de discurso vazio.

SEM CONTAR QUE ALGUNS JOGADORES, QUE VINHAM fazendo a diferença, agora têm mostrado falta de fôlego, além da falta que outros atletas fazem ao time, como Wellington Paulista. Farias e Robert já deixaram clara a sua falta de aptidão para estofar as redes adversárias. Aliás, a reclamação se estende a todo o ataque cruzeirense, que deixa a desejar.

DOS COMPARTIMENTOS DO TIME É SEM SOMBRA DE DÚVIDA, o mais fraco. A defesa, apesar de alguns senões, tem dado conta do recado, o mesmo acontecendo com o meio-campo, mas o ataque tem-se demonstrado fraco, incompetente e afoito nas finalizações. Parece até que nosso Mestre-Cuca não treina as finalizações. Fosse eu o comandante dessa equipe deixaria nossos matadores-de-sonho-de-ser-campões de castigo, arrematando a gol até cansarem.

E, O PRINICIPAL DEFEITO, TENHO OBSERVADO, é essa mania de tocar demais a redondinha, dando chance para a chegada dos marcadores. É por isso que tenho saudades de jogadores como Giovanni, Paulinho McLaren, Careca, Tostão, Dêivid, Evaldo e até Fábio Júnior,  para ficar apenas nesses, que desfechavam seus chutes a gol assim que a jogada clareava…!!! Essa mania de querer entrar com bola e tudo é que está matando nosso ataque.

ALIÁS, EXATAMENTE ESSE DEFEITO, FALTA DE competência nas finalizações, faz com que o time perca em homogeneidade. Faltam apenas cinco rodadas, mas há tempo de se corrigir, pelo menos um pouco, esse ataque de nervos que tem-se constituído nosso setor nada ofensivo. Não tivéssemos perdido Wellingol, que pode ter seus defeitos mas é, de longe, muito mais eficiente do que seus companheiros, acredito em que não estaríamos nessa situação, caindo pela dabela abaixo.

OUTRA COISA QUE DÁ NOS NERVOS é a falta de capacidade, melhor dizendo competência mesmo,  nas cobranças de falta. Como lembra muito bem o cruzeirense Belisário, leitor assíduo da coluna que acompanha tudo que se refere ao time lá de Recife, Pernambuco, não existe alguém escalado para cobrar as faltas. Cada dia, cada jogo, é um diferente que se apresenta, mas demonstra não se preparar para a situação. Nem mesmo o argentino Montillo, sabidamente eficaz nessa jogada, tem mostrado o ar da graça.

CADA COBRANÇA É MAIS UMA CERTEZA de que não se levará qualquer perigo à meta adversária do que esperança de alguma coisa positiva. Alguém tem que falar para o Thiago Ribeiro que há pessoas mais bem preparadas no time para esse tipo de cobrança, como o próprio Montillo e Roger. O melhor a fazer é deixar que eles, mesmo não estando nas melhores condições, têm muito mais possibilidade de acertar, mesmo que por acaso, alguma cobrança.

CHEGUEI A FICAR ENTUSIASMADO COM O CRUZEIRO quando assumiu a liderança da competição mas, agora, observando que perde o gás, cai de rendimento justamente quando precisava dar o “sprint” final, fico preocupado até mesmo com a possibilidade de conquista de uma vaga para a Copa Libertadores do próximo ano.

COMO SE NÃO BASTASSE A PERDA DE PIQUE, ainda temos que enfrentar adversários muito mais motivados e sopradores-de-latinha devidamente preparados para evitar qualquer reação do Esquadrão Azul-Estrelado. Aquela atuação do Paulo César de Oliveira, na derrota para o Grêmio, e essa do último domingo, para ficar apenas nesse jogos fatídicos, foram simplesmente de doer. Punir os “faltosos” de nada adianta. Adiantaria se devolvesse o produto do furto abiscoitado com a conivência deles.

SÓ PARA NÃO PASSAR EM BRANCAS NUVENS: Rogério Ceni perdeu a oportunidade de ficar calado, ao assumir que o penal não aconteceu – nem mesmo a falta –, querendo justificar isso com o fato de que Gilberto deveria ter sido expulso no primeiro tempo, em falta desclassificante. Concordo com as duas observações, mas uma coisa nada tem a ver com a outra, nem me consta que os sopradores-de-latinha estejam em campo para fazer justiça com as próprias mãos.

OU MELHOR, COM A BOCA…!!! De mais a mais o rigor do apito pesou, exceto no lance de Gilberto, contra o Esquadrão Estrelado e o penal não foi outra coisa senão a manifestação disso. Se assim fosse, já passou a hora de o Cruzeiro ser beneficiado por esse tipo de justiça, pois ela só vem em prejuízo, nunca em benefício. Se Mestre-Cuca não reverter a curva descendente do Cruzeiro, de postulante ao título ele passará a mais um coadjuvante e se contentar com uma vaga na Surra Americana dos cacarejantes…!!! Reage, Cruzeiro. Acorda, Mestre-Cuca…!!!