
25 jul Quase sem aspectos positivos, Cruzeiro foi de mal a pior. O que está faltando?
Que montanha-russa! O Cruzeiro está tendo mais altos e baixos do que nunca, numa seqüência preocupante. Se na quinta-feira a derrota foi suavizada pela ótima apresentação em campo, hoje, diante do Grêmio, o empate foi amargurado pelo péssimo jogo. Afinal, qual é o problema?
A escalação inicial, diante das circunstâncias, esteve longe de ser problemática. Talvez, a solução que mais fosse atenuar os impactos de sérios desfalques do time, como, por exemplo, o de Gilberto. Jonathan, vez ou outra, pode sim jogar mais adiantado, criando. No ano de 2009, foi um dos líderes em número de assistência durante todo o ano. Fabinho era sim o melhor nome para azaga, diante da condição (ou falta dela) de Wellington. No ataque, se Wellington Paulista estava de fora, Robert é o substituto imediato, e nisso não há muita diferença, nem na técnica.
Cuca armou o time com duas linhas de quatro jogadores. Everton se manteve na esquerda, à frente de Diego Renan, na segunda linha. Pela direita, Jonathan disputava espaço com Thiago Ribeiro, sempre se revezando entre a ala ou se posicionando um pouco mais centralizado, sempre com o apoio de Rômulo, assim como no jogo contra o Fluminense, que funcionou perfeitamente. Mas faltou aquela peça que dê um brilho ao embaçado meio do Cruzeiro. Ora, pois, Gilberto não estava ali e Jonathan não é um substituto totalmente à altura.
Para piorar, o 3-5-2 do Grêmio, semelhante ao do Fluminense, burocratizou o jogo, e fez a coisa ficar preta ali pelo meio. Como o campo não se compara ao do Maracanã, e nem falo sobre a qualidade do gramado, mas sim das dimensões, parecia haver quinze jogadores em cada time. Futebol impraticável. Ou, pelo menos, o bom futebol.
Isso fica bem claro ao analisarmos os gols. Dos quatro, apenas um deles foi com a bola rolando. A bola parada foi determinante para poder terem existido chances de gols. Simples assim, isso não requer muitas análises profundas.
No ataque, Robert corria, corria… Pelo menos não houve tantas faltas cometidas pelo nosso camisa nove (sic!). Mas nem podemos crucificá-lo, ainda mais que ele nem é tanto pior nem tanto melhor que o atacante titular. É tudo farinha do mesmo saco. Reina talvez esteja dando razão a Adílson Batista, e não me perguntem o porquê.
Mas, se pudermos tirar uma coisa positiva do jogo de hoje, é a atuação de Henrique. Claro que agora virão milhares de torcedores elogia-lo, afinal, é fácil enxergar dessa forma. Não é meu caso. Sempre fui um reconhecedor do futebol dele, que não encanta os olhos, mas é prático e sem invenção.
Assistir o jogo de hoje foi auto flagelar-se. O apito final, embora decretasse um resultado ruim, soou como um singelo alívio de saber que a raiz de nossa séria irritação havia acabado. Mas não se engane torcedor. A irritação pode até ser suavizada em outras ocasiões, mas creio que ela continuará a ser braba.
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Mauro Jr (@maurojuniorr), 18, é estudante de Ciências Sociais pela UFV e cruzeirense antes mesmo de ter alguma formação física, ainda dentro do útero. Escreve para sites na internet desde o ano de 2008, quando tinha apenas 16 anos. Considera a tática de um time primordial para o progresso e é disso que ele fala aqui no site Guerreiro dos Gramados. |