05 nov Qual torcida move o time?
Classifico os cruzeirenses em três tipos: os desacreditados, os fanáticos e os traumatizados. Os desacreditados são aqueles que nunca estão satisfeitos e que, não importam as condições do time, só vão abrir um sorriso quando a raposa estiver com a taça na mão. Os fanáticos são aqueles que acreditam, incentivam e torcem o tempo todo (mesmo aos 42 do segundo tempo, quando Wallyson entra no lugar de Robert enquanto o Cruzeiro perde de 2 x 0 pro São Paulo). E, por fim, os traumatizados. Aqueles que torcem, mas não liberam todas as suas emoções diante de uma boa posição no G4 onde ainda existem esperanças de título. Eu me encontro nesse terceiro grupo.
Vou usar esse meu devaneio para falar da derrota contra o São Paulo:
O pessimista começa o jogo dizendo: faz seis anos que a gente não ganha do time de Rogério Ceni, não vai ser hoje. E ainda aposto que ele faz um gol de falta ou pênalti no Fábio porque ele é o cara que mais levou gol de Rogério na vida.
O fanático: Booooooora Cruzeiro! É hoje que vamos golear o São Paulo. Dois gols de Montillo, um de Ribeiro e mais um de Robert, só pra sacanear.
E o traumatizado: Esse vai ser um jogo de 1 x 0. Quem fizer leva e o jogo é difícil. Mas acredito que vamos ganhar, estamos quase em casa e a gente não vai deixar esse título escapar, né?!
A vontade que eu tenho é de perguntar para esses pessimistas se eles estão felizes.
Como torcedora traumatizada, venho fazer minhas colocações. Eu não sei por que diabos Cuca ainda escala Robert. Vão me lembrar que Farias também não vinha jogando bem e que WP está machucado. Diriam ainda que Wallyson tem característica similar à de Thiago Ribeiro e que não dá para colocar os dois juntos em campo. Pois bem, senhoras e senhores, diante dessa situação e da baixa qualidade de Robert, prefiro sim escalar Wallyson ao lado de TR. Acredito que, pelo menos, Wallyson não teria ajudado Ceni na defesa como fez Robert.
E eu ainda me pergunto que tipo de treinador é Cuca. Ainda acho cedo para definir, mas penso em qual teria sido o discurso motivacional que ele fez aos jogadores no intervalo para vê-lo voltando a campo apáticos, sem reação.
Claro, não vou jogar tudo nas mãos do treinador e ponto. Como bem disse T. Ribeiro em entrevista, o time perdeu porque o time jogou mal. E o pênalti descaradamente roubado, a meu ver, não faria diferença no resultado final. (Talvez fizesse).
A verdade é que, com essa derrota, as coisas ficaram bem mais difíceis, mas qualquer fanático me mandaria continuar torcendo e acreditando porque o título tá ali, a seis rodadas de distância apenas.
O próximo jogo é contra o Vitória e como torcedora traumatizada, diria que é preciso cautela. No turno, perdemos para o time baiano, no Ipatingão por 1 x 0 . E depois, para piorar, Corinthians também fora de casa. Some isso ao fato de que nossos jogadores têm viajado constantemente de BH até o interior e que agora, farão duas viagens seguidas para fora do estado. Enquanto isso, o time que tem que ser campeão porque está em ano de centenário, vai passando três rodadas sem arredar o pé de SP, nem no jogo contra o SPFC que é dito como “fora de casa”, mas é ali do lado.