02 ago Por que fugir, Gilberto?
O lateral-esquerdo Gilberto foi um dos dois jogadores indicados para participar da coletiva com a imprensa, ontem, dia primeiro, após o treino da manhã, na Toca. No entanto, deu as costas para os que o esperavam e foi para o vestiário com um semblante não muito agradável. Colegas do Twitter o descreveram como “cara de poucos amigos”. Não muito diferente da que estamos acostumados a ver quando ele tem que dividir o seu espaço com o meia Róger.
A postura do jogador, no entanto, não me espanta. Como jornalista, ser ignorada em momentos de crise – o mesmo acontece na política, em vexames e má fase de quaisquer “personalidades” do planeta – é absolutamente normal. Embora seja tamanha falta de respeito. Não à nós, repórteres, mas aos torcedores. Já imaginou pedir ao seu advogado uma explicação sobre uma causa exclusivamente sua, para a qual ele é pago, e ser correspondido com uma banana, a partir dos braços de quem você contratou? Foi mais ou menos isso o que Gilberto fez. Falta de esportiva de um atleta, contraditório, no mínimo.
Citei Gilberto porque ele foi o protagonista do caso mais recente, mas essa é uma situação frequente nos Clubes, principalmente quando a coisa não está nada boa na tabela da principal competição futibolística do país. Na conquista do título, por exemplo, cada qual quer mais espaço que o outro nas capas dos jornais e nas entrevistas de televisão. Querem ser bajulados, endeusados e recompensados. Estão mal acostumados. Porém, quando gostaríamos de questioná-los ou ouvir o que cada um tem a dizer, cuidado!, é pior do que se estivéssemos pisando em ovos. Vaidade.
Existe um ditado que justifica a atitude do lateral: “filho feio não tem pai”. Não tem mesmo. É mais fácil se acovardar do que assumir qualquer culpa. Aliás, que culpa? Eles nunca estão errados. É sempre mera consequência ou desculpa da sorte. Acho que eles, nossos “advogados”, não perceberam que ela já se foi. E, pelo visto, para bem longe.