03 jun Obrigado Adílson Batista
Sei que muitos estão felizes com saída do técnico Adilson Batista. De certa forma, eu também estou. Ele está mesmo desgastado, mas isso jamais deixará que eu esqueça o respeito e o carinho que ele tem pelo Cruzeiro Esporte Clube e, por isso, eu agradeço. E, por isso, eu me entristeço. Obrigado Adilson Batista.
Sorte minha estar protegida pelo monitor do meu computador. Acho que muita gente vai entender errado a minha mensagem, mas preciso passá-la adiante. Lá vai: Na primeira passagem de Adilson pelo Cruzeiro, eu era um bebê, ainda aprendendo a chutar uma bola. Quando ele voltou, como treinador, eu mal o conhecia. Só ouvia dizer que ele nutria um sentimento de carinho e respeito pelo Cruzeiro.
Era tudo que eu sabia, Adilson chegou em 1989 e ficou até 92 e estava de volta, em 2008, para assumir o comando do time deixado por Dorival Júnior. Ainda nesse (re) começo, fui de um extremo ao outro. Fui da admiração e da alegria, à raiva e a revolta com o trabalho de Adilson. Por vezes, tentei justificar os erros do treinador pela falta de entrosamento com a equipe, e tentei justificar os meus erros pela euforia de querer ver o Cruzeiro campeão.
Mas isso passou. Entre erros e acertos, Adilson teve tempo para colocar o Cruzeiro no caminho das vitórias, mas devido às circunstâncias vividas, o tempo não se fez suficiente e a paciência do torcedor acabou. A dele também. Adilson se despedirá do time após o próximo jogo, anunciou sua saída depois do empate contra o Santos, no último jogo da equipe celeste do Mineirão antes da reforma. É, a essa altura, até eu queria que ele saísse em função de desgaste sofrido.
Contradição é a palavra mais marcante. Números surpreendentes – 170 jogos, 97 vitórias. Desempenho: 64%, o maior desde Luxemburgo. Nisso se incluem as duas vagas conquistadas para a disputa da Libertadores, e a incrível arrancada do Cruzeiro no Brasileirão’09. Do outro lado, a ausência de algum título de expressão (com AB, o Cruzeiro foi Campeão Mineiro em 2008 e 2009 + os gloriosos 5×0).
Já é hora de ir, Adilson. Mas não permito que se vá sem relembrar que Adilson tem o que nós torcedores pedimos a muitos jogadores e que temos ferrenhamente cobrado de nossos dirigentes: amor à camisa. Mesmo que o momento não seja de glória e que haja ressentimentos das duas partes, Adilson vai embora levando consigo o carinho e a consideração que tem pela sua história no Cruzeiro e pela história do nosso clube. Que ao menos isso seja respeitado porque, hoje em dia, isso é digno de louvor.
Obrigada Adilson. Sobretudo, pelo respeito. Boa sorte!
E que venha até nós, um treinador capaz de colocar rapidamente o nosso time no caminho das vitórias, porque, paciência para isso, só o @perrellagustavo (twitter) tem: “Estamos passando por um momento de transição. Com calma recolocaremos o Cruzeiro no caminho das vitórias.”