
22 out O Mineirão me faz muita falta
Fiquei pensando aqui com os meus botões; com o Mineirão fechado, como vamos conseguir fazer o “crássico” parar a cidade? O colega cruzeirense que mora longe ou o que nunca foi a um clássico talvez tenha que se contentar com minha análise.
Dia desses, um colega botafoguense veio discutir o CruCam. Ele disse que, o que escuta tanto de pateticanos quanto de nós cruzeirenses, lhe soa estranho e ele não consegue entender como e por que os mineiros querem ver esse jogo dentre os maiores clássicos do Brasil. Resolvi (me) explicar.
Sem dúvida, quando o assunto é o futebol que acontece lá dentro das quatro linhas, não há o que discutir. Não existe rivalidade. Como bem lembrou o guerreiro Rodrigo Korac em sua coluna, de 2001 até hoje são 43 partidas, 22 vitórias celestes, 12 empates e apenas 9 derrotas. Isso não é digno de receber o nome de clássico, chamo de freguesia.
Porém, quando se fala de torcida, eu vejo um grande clássico sim. O que me marca são as lembranças de um Mineirão lotado, quase que dividido igualmente, na maioria das vezes, com vantagem celeste. É festa no Estádio Governador Magalhães Pinto.
Para quem vai de carro ou de ônibus, a regra é a mesma. Metade das ruas que seguem para o estádio são coloridas de rosa e a outra metade de Azul Celeste. Só os mais loucos (e irresponsáveis) arriscam quebrar essa regra, dando origem aos inevitáveis tumultos.
A cidade acorda em clima de Cruzeiro x Patético. Ainda pela manhã, os mais animados vão para o Mineirão e arredores para dar início à festa com churrasco, hinos e bebidas. E por volta das 13h ou 14h, é fato, a cidade já parou e os que não entram no clima do futebol são praticamente excluídos. Mais à tarde, o Mineirão treme enquanto a bola rola. E na maioria das vezes, a festa é da turma da raposa.
Domingo, clássico de uma torcida só em Uberlândia, ainda há emoção, mas eu sinto falta do clima que toma BH em dia de galo x raposa. Fato é que na capital ou em qualquer outro lugar é Cruzeiro depenando as frangas e show da torcida cruzeirense.
Apesar de tudo, nosso “crássico” ainda é clássico e a China Azul quer vitória, Cruzeiro!