
23 dez O dinheiro do jogo
Diretoria celeste busca alternativas para compensar as perdas de arrecadação em 2010. E o torcedor quer e precisa saber: a quantas anda o setor financeiro do Cruzeiro. Antes de entrar de fato no assunto, gostaria de citar o caso do atacante Rafael Moura, que teve o seu nome especulado como possível reforço do Cruzeiro para a próxima temporada.
Pelo que circulou na imprensa, os valores pedidos pelos empresários do jogador estavam realmente elevados e não se encaixavam no que a diretoria celeste chama de “realidade do clube”. Ao que tudo indica o investimento para contar com o atleta em 2011, seria mais alto do que aquele que fora feito para trazer o argentino Montillo. Outro fator também pesa contra a “balança comercial” do clube. Todos nós sabemos que, em 2010, o Cruzeiro teve problemas com a arrecadação. Vejamos.
O time celeste se destacou como um dos times que mais arrecadou com patrocínio. Segundo tabela divulgada na Internet, o time conseguiu R$ 23 milhões, sendo a primeira equipe fora do eixo Rio-SP com maior arrecadação.
CLUBE VALOR
Corinthians (SP) R$ 59,5 milhões
Flamengo (RJ) R$ 57 milhões
São Paulo (SP) R$ 46 milhões
Palmeiras (SP) R$ 27,7 milhões
Santos (SP) R$ 24,5 milhões
Cruzeiro (MG) R$ 23 milhões
Grêmio (RS) R$ 22,1 milhões
Vasco (RJ) R$ 21,2 milhões
Atlético (MG) R$ 21 milhões
Fluminense (RJ) R$ 18,5 milhões
Apesar disso, outros fatores influenciaram para a baixa nos cofres. Um deles já foi muito citado por aqui, principalmente quando se analisava o lado do torcedor: a ausência do Mineirão. Ter que jogar longe do gigante da Pampulha trouxe conseqüências negativas não somente para o torcedor belo-horizontino, mas também para o clube. Até por que, cada gasto extra que o cruzeirense teve com gasolina não é convertido para o clube, claro. Então gastamos mais e o Cruzeiro arrecadou menos.
Como continuaremos sem o Mineirão em 2011, uma das alternativas seria aumentar o abadá. Quer dizer, vender mais espaços na camisa celeste para os patrocinadores, já que foi isso que nos rendeu dinheiro esse ano. O acordo com o BMG foi renovado e as conversas começaram com os outros possíveis patrocinadores. Segundo Marcone Barbosa, diretor de marketing do clube, o Cruzeiro pode negociar até sete espaços no manto azul estrelado. Não vai ficar bonito, mas, quem sabe, vai render uma grana extra para o clube.
Até que tudo isso se defina, podemos aguardar os frutos vindos das possíveis vendas de alguns jogadores que, possivelmente, não serão aproveitados por Cuca. Isso, na esperança de que a vida financeira do Cruzeiro seja estabilizada e que a diretoria possa contratar os reforços tão necessários para a reconquista da América.
O Cruzeiro também deve estar atento aos atletas da base. Talvez, quem sabe, possamos contar com alguns jogadores que, há tempos, vêm se destacando nos campeonatos disputados. Cito aqui, o atacante Thiaguinho, jogador sub-20, que ajudou o Cruzeiro a ser o campeão invicto do Campeonato Brasileiro da categoria, recentemente. O atleta ainda conseguiu ser o artilheiro da equipe na competição, com sete gols.
O que eu ainda fico sem entender é como o time do outro lado da lagoa, que viveu situação parecida, mas com patrocínio inferior, conseguiu fechar vários negócios. Mesmo que os jogadores contratados não sejam lá essas coisas, fico me perguntando: de onde está vindo tanto dinheiro para tudo isso? Acho que a camisa rosa fez muito mais sucesso por lá do que o abadá celeste por aqui.
Colaborou Guilherme Guimarães.