O dilema do Presidente Celeste


Gilvan de Pinho Tavares, 70 anos, advogado, procurador aposentado do estado e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil. Um homem de sucesso na vida profissional, um torcedor apaixonado pelo clube celeste, um presidente com uma batata quentíssima nas mãos.

O Cruzeiro passa por uma época de transição. A dinastia Perrella deixou um legado glorioso e um futuro incerto para o Clube. Nova Sede Administrativa no coração do Barro Preto, um centro de treinamento que é referência mundial, CARE (Centro Avançado de Reabilitação Esportiva). Uma Copa Libertadores, um Brasileiro, três Copas do Brasil, um monte de rural, dois 5×0, um 6×1, invencibilidade de 12 jogos. Este é um resumo do legado da antiga gestão.

Entretanto, desde 2005, vemos o Cruzeiro sistematicamente diminuir sua agressividade nos negócios e pouco a pouco diminuir também seu ímpeto rumo aos títulos. Salvo as temporadas 2009/2010, que aos trancos e barrancos quase nos reservou boas surpresas, pelo vice-campeonato da Libertadores e do Brasileiro, o torcedor cruzeirense está a quase uma década esperando a diretoria montar uma equipe realmente competitiva e empolgante. Que dê orgulho e alegria, assim como aquele fantástico time de 2003.

O novo presidente parece estar empenhado neste propósito. Mas o caixa limpo deixado pela antiga administração coloca-o de mãos atadas. É como se um ponteiro de um time de vôlei tentasse um ataque com um peso de 120 kg preso aos pés. O Cruzeiro vive uma situação que os torcedores com menos de 25 anos não conhecem: Falta de dinheiro. É muito comum que nós humanos, trabalhadores, que giramos a roda que move este país nação, fiquemos sem grana um mês ou outro. Os mais sensatos sacrificam alguns pequenos luxos e confortos por algum tempo, até ajustarem as contas, para depois reorganizar sua vida e seguir em frente.

Já um clube esportivo como o Cruzeiro, que tem diversas áreas e não somente o Departamento de Futebol profissional, sente muito a falta de dinheiro. Cabe ao gestor enxugar a folha de pagamento, gastos fixos e criar novas formas de arrecadação, mas isto é tema para uma futura conversa. A grande questão é: Como montar uma equipe competitiva e que nos atuais padrões não brigue contra o descenso no Brasileirão 2012?

A resposta é simples:

1. Cortar as “mangas podres” do elenco;
2. Contratar um Técnico que se identifique com o clube e tenha empatia com a torcida e os jogadores;
3. Fazer apostas e valorizar os jogadores da base;
4. Rescindir contratos de jogadores que tem altos salários e não dão retorno em campo;
5. Mesclar uma equipe entre jogadores experientes e jovens, montando uma equipe equilibrada.

Tudo isto demanda um pouco de tempo e tenho certeza que nosso presidente terá discernimento e sapiência para garantir o Cruzeiro na primeira divisão este ano e a partir do próximo ano ter um time para disputar na cabeça das competições que irá participar.

Uma coisa tenho certeza, a China Azul, uma nação de Guerreiros que somos jamais abandonará o clube que tanto ama. Porém, é obrigação de cada torcedor protestar, pressionar para que mudanças radicais sejam feitas no clube. Nunca deixando de apoiar e torcer pelas vitórias.

Nada está perdido e muito ainda pode ser feito este ano. É chegada a hora de colocar a cabeça no lugar e recolocar o “Trem Azul” nos trilhos. É importante ter foco. O Cruzeiro é maior que esta pequena turbulência que está passando no caminho do Gigante Azul.

Um filho GUERREIRO não foge à luta, avante nação azul.

Um abraço a todos!