Não espere por soluções rápidas!


Chegou ao fim o ‘reinado’ do mandatário mais vencedor da história do Cruzeiro e, ao mesmo tempo, vieram ânimo e medo. Empolgação pela mudança, temor pela piora… 

Começamos uma nova era e vimos um primeiro semestre abaixo do nível da crítica. A segunda parte do ano começou bem diferente, mas ainda longe do ideal.  Vieram jogadores para apagar o fogo –medo pelo rebaixamento – e que estão conseguindo, até o momento.

É claro que nós, torcedores habituados a sermos gigantes, não estamos nada satisfeitos. Mas vou deixar toda a minha ansiedade de lado para cobrar aquilo que acho mais imprescindível ao Cruzeiro, não no atual momento, mas, sim, pensando em longo prazo. Enfim, qual é o planejamento do clube?

Quais são os objetivos a curto, médio e longo prazo? (Especificamente, o que será feito para se alcançar os bons resultados). Tem gente trabalhando sério na base? Assim como numa empresa, nada funciona bem com ações de ‘última hora’. No futebol então…

Vide o Flamengo que tem a maior torcida do país e, mesmo assim, é um dos mais pobres.

Neste ano todas as ações do clube foram emergenciais; senão impensadas, foram feitas para corrigir um erro anterior. Contaram com a sorte contratando “anônimos” e depois chegou o Alexandre Mattos para evitar o pior. Jogadores não se entrosam do dia para noite. Resultado: vemos este time apático comandado por Roth, que não é o treinador ideal para o clube.

No futebol brasileiro já vimos inúmeros casos de total despreparo administrativo em que dirigentes agem movidos pela emoção, e fazem o clube se entupir de dívidas. Faço questão de ver o Cruzeiro trabalhando com planejamento, revelando craques todos os anos, tendo ídolos nos gramados e com mais de 100 mil sócios. E, infelizmente, não vejo sinais de que estejam trabalhando pra isso!

Uso o exemplo do Coritiba, clube que foi rebaixado para a segunda divisão e vem se reestruturando de uma forma muito inteligente. Não está entre os ‘grandes’, mas vem tendo um desempenho regular. Isso, graças ao trabalho de qualidade da diretoria e da comissão técnica. O time chegou duas vezes consecutivas à final da Copa do Brasil e, no ano passado, por pouco ficou de fora do G-4 no Brasileiro. Tendo em vista tantos erros de arbitragens contra os pequenos e o plantel carente de grandes nomes é um rendimento que merece ser exaltado. Um clube como o Cruzeiro com a mesma eficiência administrativa teria beliscado, ao menos, dois títulos importantes nos dois últimos anos.

Quero ver o time bem neste ano. Mas reitero que as ‘soluções rápidas’ são um perigo! Estamos cheios delas e o resultado são sempre ‘Amarais’, Árias, ‘Gilsons’ e etc. Esse percentual de erro nas contratações tem que cair muito. O Gilvan parece ser bem intencionado, entretanto, precisa ser menos político e mais técnico na função de presidente.

Não somos bobos e queremos ver nossos dirigentes trabalhando direito não para apagar incêndios, e sim, para fazer do Cruzeiro o maior clube deste país!

Planejamento, diretoria.

Antes de xingar jogadores, precisamos cobrar isso de quem cuida do Maior de Minas!

Foto: EM/D.A.Press