25 fev Hora de ter uma cara
Início de temporada no Brasil é sempre um drama. Em meio a necessidade de encontrar a formação ideal, testar os novos reforços, (re)iniciar o trabalho e todas as experiências que dificultam boas apresentações para uma equipe de futebol, a obrigação de vencer os pequenos nos estaduais gera uma cobrança forte para que o time esteja voando o mais rápido possível.
Não importa se o Internacional perdeu para o Veranópolis, o Palmeiras perdeu para o Linense, o Flu caiu para o Volta Redonda, o Corinthians empatou com a Ferroviária, o Santos com o Novorizontino e o Flamengo com o Boavista. A vitória magra do Cruzeiro sobre o Tupi deixa claro que está tudo errado e que se continuar assim iremos brigar para não cair ao final do ano.
Levando em consideração que o Botafogo, longe de ser o principal favorito do ano, é o único time da Série A com 100% de aproveitamento, tem-se claro que este tipo de cobrança (e desespero) reflete imediatismo e mais atrapalha que ajuda. A desconfiança sobre Deivid, que faz o seu primeiro trabalho como treinador, é natural, mas mais natural ainda é que o Cruzeiro, assim como os rivais, não tenha encontrado um padrão de jogo. Escalações não foram repetidas, testes seguem sendo feitos e a expectativa é de que, no próximo domingo, a Raposa enfim repita uma escalação.
Deivid parece disposto a apostar, após ter tentado outras alternativas, na repetição do 4-1-4-1 da temporada passada e a escolha dos onze titulares me agrada. Romero estreou muito bem contra o Tricordiano e, até aqui, parece ser o reforço mais preparado para ser titular.
É bem verdade que Rafael Silva tem feito boas partidas, mas Willian ainda é o dono da posição. E aí a única divergência que tenho em relação às escolhas do Deivid é o volante pela esquerda. Ariel Cabral não vem bem na temporada, mas o sistema é justamente o que ele se destacou no último ano. Já Sanchez Miño não tem (me) agradado e ainda não (me) convence de que deve botar o compatriota no banco. Independentemente de preferências pessoais, no entanto, deve-se celebrar o fato de que o time que enfrentará o América no domingo provavelmente será o que iniciou o duelo contra o Tricordiano na última semana.
A equipe poderá, enfim, passar a ter uma cara mais definida e, com a repetição, a evolução fica mais fácil. Todo mundo passando dificuldade com os pequenos no início da temporada é normal. Mas já se aproxima a hora da onça beber água e é bom ter logo um padrão.