21 jun Guerreiros em Debate: Nem tudo que balança…
…mas ele caiu. Depois de quase um ano no comando do exército azul, Alexi Stival, o Cuca, entregou o cargo, segundo o diretor de futebol do Cruzeiro, Dimas Fonseca, e deu lugar ao folclórico Joel Santana – conhecido por ser agregador, consciente e com um inglês de dar inveja. Mas será que essa decisão, prevista na semana passada pelos sites, blogs e pela grande imprensa, foi um acerto ou um erro da diretoria?
Na segunda edição do Guerreiros em Debate, cinco colunistas da casa se posicionam sobre o fato, na tentativa de ajudar a clarear o conceito da China Azul – e de dar alguma esperança a torcida que, ultimamente, vem vivendo dias de outro lado da lagoa. João Henrique Castro, Laís Menini, Mariana Borges, Merick Mendes, Rodrigo Korac e Thalvanes Vinícius resumem, em linhas gerais, o que se espera do Cruzeiro sob novo comando – e mostram, mais uma vez, porque a equipe Guerreiro dos Gramados é tão diferenciada na hora de mandar o seu recado.
OS A FAVOR
“Concordo com a saída do Cuca, mas não acho que só isso resolve. Faltam reforços e a diretoria precisa se mexer, mas mudar era necessário. Quanto ao Joel, confesso que nunca gostei dele e nem acho que o grupo do Cruzeiro tem jogadores com vontade de chamar técnico de “papai”. Joel é bom para motivar a garotada e pode usar a base, mas acho que se vier de papinho mole será devorado pelos mais experientes do elenco. O Cruzeiro precisa de comando e de um técnico convicto de suas escolhas, que não aceita guerras de vaidade. Infelizmente este tipo de profissional não está disponível no mercado. Então que venha o Joel – e que este queima a minha língua”. (João Henrique Castro)
“Como abordado futuristicamente na semana passada, Joel é o novo técnico do Cruzeiro! Onde há fumaça, há fogo – e, mais uma vez, a imprensa, especulativa ou não, prova que nada surge de meros devaneios jornalísticos de algum pseudo- profissional cacarejante! Cuca não era o certo e Joel também não será. Algumas coisas na vida são regras, não incógnitas! Não adianta alguém ficar achando que Joel vai chegar aqui e ser um técnico diferente do que ele sempre foi em toda a sua carreira, erro cometido por muitos com Cuca, que teve um ótimo começo no Cruzeiro, perdeu um brasileiro ano passado por incompetência e esse ano chutou uma chance de título da Libertadores lá pros lados do litoral paulista, perdendo pra time colombiano dentro de casa. Contudo, uma coisa pode servir de alento ao torcedor: Joel tem muito mais história e muito, mas muito mais currículo que Cuca, além de sabe lidar melhor com a vaidade de certos jogadores dentro de um elenco. Mas nada mais além disso. Agora é, mais uma vez, ficar esperando que um milagre ocorra… e que pessoas totalmente limitadas consigam fazer do Cruzeiro um time espetacular dentro deste campeonato brasileiro, para, no máximo, conseguir mais uma vaga na Libertadores”. (Rodrigo Korac)
A CONTRA
“Não concordo com a saída de Cuca. Mais uma vez me iludi de que seria o Cruzeiro o time a dar um exemplo de continuidade ao Brasil, e dei, novamente, com a cara na porta. Não é Joel que vai consertar, certo? E se não é Joel, é porque o problema não é necessariamente esse. Se o problema não é esse, toda a torcida se ilude com um “mundo melhor” quando vê Cuca sair. Acredito que Joel pode, sim, dar um gás inicial ao Cruzeiro – e ganhar alguns pontos não significa ganhar títulos. Isso eu acho que não acontece com Joel, e ano que vem estaremos trocando novamente de técnico… e o problema não será, novamente, esse. E a continuidade, Brasil? É… acho que o futebol é espelho fiel do imediatismo burro dos brasileiros. E o Cruzeiro sempre estraga o meu sonho ao não fugir à regra, dar sempre a resposta errada ao torcedor e continuar nessa vidinha mansa de ser mais do mesmo”. (Laís Menini)
OS ESPERANÇOSOS
“Esperava mais da diretoria… pelo menos ainda tinha esperança que contratassem um melhor que o Joel; mas ele tem duas qualidades importantes. Uma é a de evitar improvisar jogador fora da sua posição, coisa que vimos nos últimos quatro anos no Cruzeiro. A outra é a que ele é agregador, sabe unir o grupo. Nos times por onde passou, essa era a qualidade que ele passava. Ele sabia unir a todos por um objetivo. Vamos ver no que dá”. (Mericks Mendes)
“A equipe do Cruzeiro está passando por maus momentos, não há como esconder. Muita coisa precisa mudar. Normal que a primeira delas seja o técnico. Independente do anseio da torcida, ou parte dela, como é o meu caso. Na minha visão, o comodismo de alguns jogadores, agregado a problemas “omitidos” pela diretoria (ninguém é tão bobo para chegar a ponto de achar que ela não tem sua parcela de culpa no desempenho dos atletas), resultou no posicionamento inesperado na tabela do Campeonato Brasileiro. Cuca, por sua vez, optou por assumir o erro de uma dúzia de covardes. Joel Santana não é o nome que eu esperava. Acredito que, com qualquer outra pessoa, o efeito seria o mesmo – negativo, claro. Não apenas pelo perfil profissional, talvez até seja um pouco, o mínimo. A causa maior é saber que não é o professor o responsável pela motivação dos nossos jogadores e pelo que passa na mente de cada um deles. Na realidade, não há o que justificar. Já está decidido. Espero, no entanto, que Santana seja um amigo íntimo da sorte, porque, pelo visto, as mudanças realmente necessárias continuarão nas escamas dos olhos de quem realmente tem o poder de mudar ou de influenciar na postura de quem está no gramado”. (Mariana Borges)
“Cuca é um ótimo treinador, e eu não sabia disso. Quando veio para o Cruzeiro duvidei de que o time iria à Libertadores, e só não foi campeão pelos erros absurdos cometido pelo Sandro Meira Ricci, no confronto direto, contra o Corinthians. Mas, agora, realmente, achei que foi um momento oportuno, para o técnico, deixar o cargo. O time precisava de um choque, e a saída se tornou inevitável. Já em relação ao Joel, realmente não é o técnico dos sonhos, o único na minha visão é o Muricy. Entretanto, dos que estão sem clube no momento, é o melhor nome. É técnico, na minha opinião, ideal para conseguir arrancadas e despertar a motivação dos jogadores. Aqui já temos um bom plantel, uma ótima estrutura, coisa que o Joel não está muito habituado a ter nos clubes no Rio de Janeiro. Como o Cuca – hoje eleito, por jornalistas de todo o Brasil, como o 3° melhor técnico do país – aqui, ele pode chegar ao ápice de sua carreira”. (Thalvanes Vinícius)