06 ago Farías é apresentado na Toca
O atacante Ernesto Farías foi apresentado no Cruzeiro na tarde da última quinta-feira, ciente da história gloriosa que o zagueiro Perfumo e o lateral Sorín viveram com a camisa celeste. Jogador de área e voluntarioso, o argentino não quer deixar por menos nos quatro anos de contrato que terá pela frente e disse mais de uma vez em entrevista coletiva que irá “se matar” pelo Clube.
O jogador teve uma calorosa recepção por parte da torcida no Aeroporto de Confins pela manhã e recebeu a camisa celeste das mãos do presidente Zezé Perrella, à tarde, na Toca da Raposa II. Logo na primeira pergunta da entrevista coletiva, sobre a boa herança argentina no Clube, Farías disse que usará a famosa garra dos compatriotas a serviço do Cruzeiro.
“São grandes jogadores, que deram muito à instituição e a torcida do Cruzeiro vai sempre reconhecer. Eu vou deixar minha marca aqui no Cruzeiro porque todos acreditaram em mim. De minha parte, vou tratar de dar o melhor como profissional, me ‘matar’ até o último momento e fazer dentro de campo o agradecimento por terem acreditado em mim”, disse.
Seja na Argentina, seja nos três anos que passou em Portugal, Farías sempre teve boas referências do Cruzeiro. Desde o acerto final com o presidente Zezé Perrella, na Cidade do Porto, ele se dedicou a acompanhar jogos do time celeste pela televisão e percebeu que terá forte concorrência com atletas como Wellington Paulista, Robert e Thiago Ribeiro.
O argentino acredita que terá muito a contribuir com a equipe, especialmente por sua característica de goleador implacável, sempre bem colocado para finalizar.
“Sei que o Cruzeiro tem grandes jogadores e por isso está onde está. Vou fazer o que sei, o que me trouxe aqui. Depois será decisão do treinador se serei útil para o que quer. Cada jogador tem sua característica, são grandes jogadores. O que temos que fazer é colocar o treinador em dificuldade para que decida o que é melhor para a equipe e quem tem que jogar. Eu não vou mudar minha forma de jogar, tenho 30 anos, sempre me dediquei a fazer gols e essa é minha característica. Espero fazer isso aqui”, comentou.
O argentino fez apenas a ressalva de que está há dez dias sem treinar e atuou pouco pelo Porto no último semestre, por isso entende que precisará de duas semanas para entrar em forma e mais duas semanas para adquirir o ritmo de jogo desejável.
Farías não conquistou títulos por Estudiantes e River Plate, equipes que defendeu na Argentina, mas adquiriu mentalidade vencedora no Porto. Conquistou o bicampeonato português em 2008 e 2009 e não quer parar por aí.
“A expectativa é de conquistar títulos, é para isso que vim e é isso que o Clube sempre busca. Queremos ganhar o que temos hoje, que é o campeonato local. Depois seguramente pensamos em disputar a Libertadores e também conquistá-la. Creio que são desafios profissionais que me propus e por isso estou aqui”, observou.
O atacante não atuou junto com armador Montillo, que é quatro anos mais novo, mas o teve como adversário na Argentina e conhece bem as características do atleta do Universidad de Chile que chegará a Belo Horizonte na noite de sábado para se integrar ao grupo.
“Conheço (o Montillo). É um grande jogador, que vi mais quando começava e era mais jovem. Seguramente vai acrescentar muito ao Cruzeiro, tem muito boa condição futebolística. Esperamos que some ao grupo, que é o mais importante de tudo”, descreveu.
Farías foi chamado a explicar o apelido “El Tecla”, que recebeu ainda nas categorias de base do Estudiantes. Mesmo um pouco desconfortável, explicou que a alcunha surgiu depois de um choque com um colega durante um jogo.
“É meu apelido. Todo mundo me pergunta. Foi colocado por um companheiro que tive no Estudiantes quando comecei nos juvenis. Tomei uma pancada num dente durante uma partida, me puseram o apelido Tecla e ficou assim”, relatou.
Embora tenha ficado três temporadas no Porto, Farías não se arriscou a responder as perguntas em português. Explicou que compreende bem o que lhe dizem, mas não consegue responder à altura, por isso a preferência pela língua materna.
“Entender, entendo tudo. O que acontece é que falar bem, não falo. Por isso não falo português nas entrevistas coletivas. Minha família também entende bem e temos dois filhos que falam muito bem”, explicou.
Fonte: Site oficial do Cruzeiro