Fábio, 400 jogos pelo Cruzeiro


Viajar. Isso é o que mais sei fazer, ainda que sem sair do lugar. O faço em pensamentos, idéias e palavras. Para mim e dentro de mim. Hoje, por um motivo especial, resolvi ir além dos caminhos pelos quais sempre percorro. Ao invés de um artigo, uma crônica. Ele merece. Afinal, são 400 jogos defendendo bravamente a camisa do mais glorioso time mineiro. Isso não é uma façanha para qualquer um. Não é mesmo.

Foto: VipCommEle, o protagonista da minha história, também é um viajante. Diferente de mim, não trafega em um território limitado como o meu. Ele consegue, em um único salto, voar, sorrateiramente, e segurar com firmeza o seu destino. O que menos importa é a terra firme e verde que o sustenta. A altura e a raça são os combustíveis que o diferencia. Suas acrobacias, testadas por todos os reflexos e ângulos possíveis, sempre o obriga a não querer mais pisar no chão. É muito mais emocionante que fique mesmo no ar, em busca da sua inelutável sina: a bola.

[Wallpaper] Fábio – 400 – Homenagem para Fábio, o melhor goleiro do Brasil, pelos 400 jogos defendendo bravamente a camisa do Cruzeiro.

O nosso artista não é imortal, mas como qualquer pessoa de valor se tornou insubstituível – sim, somos todos assim, únicos, pelas nossas qualidades e defeitos, acertos e erros inclusive -, motivo pelo qual se transformou em ídolo, luz fundamental de uma tímida constelação no mundo celeste. Fronteira ultrapassada de forma heróica há 11 anos. Sem dúvidas, um talento desmedido.

Bem-aventurado, de caráter invejável, sobretudo, humilde – exceção no mundo esportivo. Seu talento apetecível há de perdurar por longos anos, talvez por várias outras centenas de jogos. Ou, pelo menos, até abril 2016. É o que espero.

Uma homenagem ao Fábio, o melhor goleiro do Brasil!

PS.: Não vou me permitir cair no senso comum e exaltar características superficiais que retém olhares e suspiros na torcida. Seria subestimar demais a capacidade feminina de entender de futebol e até mesmo de ir ao estádio pelo simples prazer de ver o time jogar. Devo confessar, no entanto, que ele é aprazível. Que os homens me perdoem! Hipocrisia não combina comigo.