Em claro processo de transição, Cruzeiro volta vencendo


Ainda com algumas idéias do nosso antigo treinador, e com alguma tentativa de mudança do novo, o Cruzeiro foi mais equilibrado, o que não significa tão melhor, e conseguiu, na base da vontade, a vitória sobre o Atlético Paranaense.

Foto: Gazeta PressA parte mais notória de toda essa mudança que o Cruzeiro está passando, foi no aspecto tático. Foi algo bem diferente do que nos acostumamos a ver nesses últimos dois anos, o que considerávamos o ponto forte do Cruzeiro. Já não há mais aquela posse de bola no meio campo. Cuca substituiu isso, pelo menos jogando fora de casa, pela velocidade. Ou seja, algo mais objetivo, algo mais transitório. Nada de rodar tanto quanto antes, girar, voltar a bola no goleiro.

Jonathan sentiu isso. Afinal, ele é o jogador que mais ficou marcado na era Adílson Batista, com suas sempre ultrapassagens. Na última partida ele ficou mais acanhado no campo de defesa, com imensas dificuldades de sair jogando, sempre com um quarto homem de meio campo o marcando.

Mas o Cruzeiro não perdeu, pelo menos ainda, aquele revezamento característico. Nesse jogo, Gilberto e Diego Renan, este último esteve mal, trocaram bastante de posição. Quando Gilberto deu lugar a Fabinho, Diego ficou posicionado na segunda linha, jogando um pouco mais avançado, com um dos quatro volantes cuidando do terrível sistema defensivo pela esquerda, o que já é quase um problema crônico.

Cuca, para nos remeter diretamente a Adílson Batista, usou, nos minutos finais, quatro volantes, deixando o time carente de um armador de ofício. Ponto para ele, que soube tratar do lado esquerdo, que já vinha tendo sérios problemas com Wagner Diniz, já que a cobertura de Cláudio Caçapa, apesar de não ser a pior coisa que poderia existir, era, de certo ponto, falha.

O Cruzeiro tem muito a ganhar com uma nova filosofia de trabalho, mas também deixará de lado algumas coisas agradáveis. Esse jogo mostrou o quanto o Cruzeiro mudará, e que ainda não houve tempo hábil para que toda essa mudança fosse processada, e talvez até mesmo exposta. Outro ponto para Cuca, que mostrou bastante confiança e isso refletiu nos jogadores em campo.

Mauro Jr (@maurojuniorr), 18, é estudante de Ciências Sociais pela UFV e cruzeirense antes mesmo de ter alguma formação física, ainda dentro do útero. Escreve para sites na internet desde o ano de 2008, quando tinha apenas 16 anos. Considera a tática de um time primordial para o progresso e é disso que ele fala aqui no site Guerreiro dos Gramados.