01 set Desfalques não servem de desculpa
Ontem o Cruzeiro perdeu para um Figueirense extremamente organizado dentro de campo. Os desfalques eram importantes, mas não dá mais para engolir um time sem padrão de jogo.
O Cruzeiro entrou em campo com vários desfalques. Teve uma bola na trave do zagueiro Léo, alguns bons lances isolados dos jogadores da base, uma ou outra boa jogada de contra-ataque, os dois gols de Charles no seu melhor estilo “bater em tudo que aparece na frente, inclusive a bola”.
Pronto, está aí o resumo do que o Cruzeiro fez de positivo ontem. O Figueirense foi superior tecnicamente e taticamente ao Cruzeiro, e ninguém pode discordar disto, mesmo com as ausências de titulares importantes.
Primeiro destaco que os gols do adversário sempre saíram de falhas gritantes – e não culpo o goleiro Rafael em nenhum lance.
O primeiro gol foi replay da derrota para o Flamengo: dois zagueiros olham o atacante na lateral da grande área, que dá um passe no meio deles. Vem um cara sem marcação e finaliza.
No segundo gol, Rafael ainda fez uma boa defesa, mas na sequência Marquinhos Paraná não dá combate e permite o adversário, de frente para o gol, ter todo o tempo do mundo para chutar colocado.
Muita gente está condenando Léo no terceiro gol, ele realmente falhou de forma bisonha – agora começo a entender porque o Palmeiras liberou ele tão fácil. Mas o lance teve início num lançamento errado de Roger.
No quarto gol, o ataque do Figueirense veio em bloco. Os zagueiros e volantes do Cruzeiro ficaram só olhando Túlio, aquele chorão do Botafogo, com quase 40 anos de idade, chegar em velocidade e dar o passe.
Amigos leitores, concordo que os jogadores ausentes, considerados titulares, fizeram muita falta, especialmente Montillo, que para mim continua sendo mais que meio time do Cruzeiro.
Entretanto, destaco um dado importante. O Campeonato Mineiro acabou no mesmo dia que o Campeonato Catarinense. O Cruzeiro já estava fora da Libertadores e o Figueirense eliminado da Copa do Brasil. Ou seja, tirando amistosos, os dois times fizeram o mesmo número de jogos desde maio.
Mesmo assim, a diferença de padrão de jogo entre as duas equipes ontem foi gritante. No geral, o Figueirense fez com o Cruzeiro o que nosso time, nos bons tempos, fazia com os outros – tocava a bola, atletas se deslocavam, havia opções de jogada, domínio do adversário.
A falta de padrão de jogo, aliada à falta de qualidade dos atletas, está irritante há tempos. Do meu ponto de vista, isto é inaceitável, não apenas porque o Cruzeiro, historicamente, fez times de qualidade que davam orgulho para a torcida.
Também não dá para aceitar porque o atual treinador está há vários jogos no comando e não se vê organização para nada – nem no ataque, nem na defesa. Se pelo menos um funcionasse melhor que o outro, as coisas poderiam estar melhores.
A solução para isto? Sinceramente, eu não era a favor da vinda de Joel Santana, e nem sei se existem outros nomes no mercado, disponíveis a esta altura do campeonato, para fazer o Cruzeiro, no mínimo, chegar na zona de classificação para a Libertadores 2012.
E também não adianta nada a comunidade do Cruzeiro no Orkut ficar sugerindo o nome de Adílson Batista. Ele fez um bom trabalho aqui, ele é muito melhor que o Joel, mas no ano passado a torcida dizia “quando AB sair e pegar um time com jogadores de verdade, vai ser campeão”. O Corinthians e o Santos melhoraram após a demissão do Adílson. E ele já está com a corda no pescoço dentro do São Paulo. Times com mais jogadores do que os nossos.
Acaba logo 2011.
Abraços a todos.