18 ago Contra tudo e contra todos?
Houve um tempo em que a equipe celeste tinha qualidade suficiente para superar as falhas e passar por cima dos erros grotescos de uma arbitragem bairrista. Esse tempo, infelizmente, acabou. Perdemos para um time que estava na zona de rebaixamento e freamos a recuperação, mais uma vez.
Ser prejudicado pela arbitragem não é algo novo na vida do Cruzeiro. Porém, nunca gostei de reclamar da atuação dos juízes, apesar de fazê-lo algumas vezes. Há poucos anos, ficava bem chateada com alguns árbitros, mas via meu Cruzeiro passar por cima de tudo e buscar a vitória. Não faz tanto tempo, foi ali em 2007, 2008.
Sim, não fomos campeões em 2007 e nem em 2008. O que quero ressaltar é que tenho ainda menos vontade de reclamar da arbitragem vendo o Cruzeiro jogar como agora. Penso que, em muitos casos, a boa arbitragem acabaria passando despercebida em função do fraco futebol apresentado pela equipe celeste.
Ok. Vamos aos fatos do jogo de ontem. Levamos um gol em um momento que éramos melhores no jogo. Foi um misto de falha da zaga e azar de Fábio, que escorregou na hora de fazer a defesa. Wellington Paulista empatou, Vitor jogou bem, Anselmo Ramon foi expulso e, aos 44’ do 2° tempo, o CAP fez 2 x 1. Em meio a tudo isso, erros de Felipe Gomes e de sua assistente (Lílian Fernandes), que ajudou a reforçar o preconceito (que ainda existe) contra mulheres no futebol.
Foi basicamente isso, mas já não adianta analisar isoladamente cada jogo, apontar erros e momentos de falta de sorte. O Cruzeiro está mal e o torcedor já deposita as esperanças no recém-chegado Keirrison, que não esteve jogando o melhor do seu futebol nos últimos tempos.
O “contra tudo e contra todos” já não funciona mais, porque o maior adversário do Cruzeiro tem sido ele mesmo. A diretoria enxergou a necessidade e atendeu aos pedidos da torcida. Além de K9, Bobô chegou para reforçar o ataque (mas sabe-se lá quando terá condições de jogo). O problema é que a janela está fechada, podemos contratar apenas jogadores em atuação no Brasil e são muitos os setores da equipe que precisam melhorar.
Os outros problemas também já são conhecidos: o treinador não vinga e a diretoria, muito provavelmente, não pretende transformar o time que temos em um time vencedor.
Pobres daqueles torcedores que, na rodada passada, entoavam confiantes o grito de “o campeão voltou”. O campeão vai voltar na hora que nosso capitão erguer a taça e o time se sagrar vencedor do torneio. Uma goleada contra o Avaí, como muitos temiam, pode não representar (quase) nada, poucos dias depois.
É, Cruzeiro… Não está fácil.