Contra tudo e contra todos?


Houve um tempo em que a equipe celeste tinha qualidade suficiente para superar as falhas e passar por cima dos erros grotescos de uma arbitragem bairrista. Esse tempo, infelizmente, acabou. Perdemos para um time que estava na zona de rebaixamento e freamos a recuperação, mais uma vez.

Ser prejudicado pela arbitragem não é algo novo na vida do Cruzeiro. Porém, nunca gostei de reclamar da atuação dos juízes, apesar de fazê-lo algumas vezes. Há poucos anos, ficava bem chateada com alguns árbitros, mas via meu Cruzeiro passar por cima de tudo e buscar a vitória. Não faz tanto tempo, foi ali em 2007, 2008.

Sim, não fomos campeões em 2007 e nem em 2008. O que quero ressaltar é que tenho ainda menos vontade de reclamar da arbitragem vendo o Cruzeiro jogar como agora. Penso que, em muitos casos, a boa arbitragem acabaria passando despercebida em função do fraco futebol apresentado pela equipe celeste.

Foto: Heuller Andrey/Agif/Gazeta Press Ok. Vamos aos fatos do jogo de ontem. Levamos um gol em um momento que éramos melhores no jogo. Foi um misto de falha da zaga e azar de Fábio, que escorregou na hora de fazer a defesa. Wellington Paulista empatou, Vitor jogou bem, Anselmo Ramon foi expulso e, aos 44’ do 2° tempo, o CAP fez 2 x 1. Em meio a tudo isso, erros de Felipe Gomes e de sua assistente (Lílian Fernandes), que ajudou a reforçar o preconceito (que ainda existe) contra mulheres no futebol.

[Vídeo] Os gols e os melhores momentos de Atlético-PR 2 x 1 Cruzeiro pela 17ª rodada do Brasileirão 2011

Foi basicamente isso, mas já não adianta analisar isoladamente cada jogo, apontar erros e momentos de falta de sorte. O Cruzeiro está mal e o torcedor já deposita as esperanças no recém-chegado Keirrison, que não esteve jogando o melhor do seu futebol nos últimos tempos.

O “contra tudo e contra todos” já não funciona mais, porque o maior adversário do Cruzeiro tem sido ele mesmo. A diretoria enxergou a necessidade e atendeu aos pedidos da torcida. Além de K9, Bobô chegou para reforçar o ataque (mas sabe-se lá quando terá condições de jogo). O problema é que a janela está fechada, podemos contratar apenas jogadores em atuação no Brasil e são muitos os setores da equipe que precisam melhorar.

Os outros problemas também já são conhecidos: o treinador não vinga e a diretoria, muito provavelmente, não pretende transformar o time que temos em um time vencedor.

Pobres daqueles torcedores que, na rodada passada, entoavam confiantes o grito de “o campeão voltou”. O campeão vai voltar na hora que nosso capitão erguer a taça e o time se sagrar vencedor do torneio. Uma goleada contra o Avaí, como muitos temiam, pode não representar (quase) nada, poucos dias depois.

É, Cruzeiro… Não está fácil.