Chega de se apequenar


Sabe quando você tem que escrever sobre algum tema, mas as palavras fogem? Pois é, estou assim. Na verdade tenho muita coisa para expor, porém o que quero abordar nesse texto não é novidade para as pessoas que me acompanham e é muito chato ler mais sobre o mesmo assunto. Infelizmente o Cruzeiro de 2011 não me dá alternativas, então vamos lá.

Foto: VipCommNão gostaria de falar sobre Joel Santana, mas a forma como ele tem colocado o time em campo me impede de calar. Respeito a história do treinador, até porque se fosse tão ruim não trabalharia em grandes equipes, mas desde que chegou em BH o Cruzeiro joga como URT e renega seu passado.

Sempre vi a raposa jogar um futebol clássico, de toque refinado, bola no chão, de pé em pé, até alcançar a área adversária e envolvendo o oponente. Todavia, o que vejo há seis jogos é um time que se apequenou e toma sufoco do Bahia diante de sua torcida. Um time que abre mão do ataque, se defende e, se der, tenta “achar” um gol, dependendo excessivamente do talento e da garra natural do hermano Montillo.

Respeito a opinião de quem defende o futebol de resultados, onde os três pontos e o título são mais importantes do que o jogo bem jogado, mas acredito que é possível jogar bem e conquistar vitórias. Flamengo e Santos estão aí para reforçar minha tese. Depois de uma apresentação horrível diante do Atlético/GO é impossível não voltar a pedir os reforços nas laterais e no ataque. Sem isso não adianta ter bom goleiro, bons zagueiros e meias.

Acho que a responsabilidade de tudo que acontece ao time é do presidente. Contestamos técnicos, jogadores e diretores, mas eles estão lá porque foram contratados pelo Sr. José de Oliveira Costa, que também é empresário no setor agropecuário e senador. O homem que decide o que acontece dentro da Toca da Raposa é o mesmo que faz parceria com o banco BMG de propriedade do Sr. Ricardo Guimarães, ex-presidente do CAM. Parceria que, na teoria, deveria fortalecer o Cruzeiro, mas na verdade vende atletas para adversários e com o lucro reforça o time do outro lado da Lagoa da Pampulha.

No início da trajetória do Perrella no Cruzeiro lembro que o time não estava tão bem e, assim como costumam fazer hoje, jornalistas questionaram o presidente sobre o trabalho que vinha sendo feito pelo adversário. Não lembro a resposta exata, mas ele disse que não poderia falar sobre o assunto e que preocupava-se apenas com o Cruzeiro, que ele sabia o que acontecia dentro de sua casa e não na casa do vizinho. Assim ele fez. O trabalho começou em 1995 e o resultado apareceu nos dois anos seguintes com as conquistas da Copa do Brasil 96 e a Libertadores 97. Está na hora de voltar a cuidar da sua casa presidente e caso ache que não é possível conciliar clube/empresa/senado seja humilde e abra mão do poder e da força de 8 milhões de torcedores e deixe outra pessoa trabalhar pelo sucesso do Cruzeiro.

Em meio ao caos uma festa

Não poderia deixar passar em branco a conquista particular do goleiro Fábio. Alcançar a marca de 400 jogos em um clube como o Cruzeiro, que teve Raul Plassmann e Dida, é muito difícil. Falta apenas uma grande conquista para coroar o trabalho bem feito. Parabéns muralha azul!!!!