2011: Um ano para não ser esquecido pelo Cruzeiro



Finalmente está chegando ao fim o ano de 2011. Para a China Azul esse foi um ano difícil e anormal. O início da temporada insinuava mais um ano de grandes emoções
com promessas de títulos. No Campeonato Mineiro, carinhosamente chamado por todo cruzeirense de Rural, tudo corria bem, com uma classificação tranqüila para fase eliminatória e a certeza que estaríamos na final. Na Libertadores o time celeste foi o melhor na primeira fase da competição e era apontado como o grande favorito na busca da taça. Mas aí surgiu no caminho do Cruzeiro o Once Caldas, time colombiano, que ninguém acreditava que pudesse fazer frente à Raposa, especialmente depois de perder o primeiro jogo em casa. Em uma noite em que tudo deu errado, a zebra passeou em campo. O resultado foi a eliminação e o início de uma crise que durou o resto do ano.

Daí em diante o time se perdeu em campo e a diretoria fora dele. Foram inúmeros erros que colocaram o maior time de Minas da condição de lutar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro 2011 até a última rodada. E eu toda iludida achando que perder uma final de Libertadores em casa era a pior coisa do mundo!!!

Com a corda fora do pescoço e a certeza que o Cruzeiro é um time de PRIMEIRA, em meio às comemorações pela maneira em que o time se safou da vergonha (com mais uma goleada sobre o ex-rival), ouvi muita gente dizer que esse era um ano para ser esquecido, que essa não é a verdadeira história do clube, porém, digo exatamente o contrário: 2011 jamais deve ser esquecido! Ele nos mostrou o que não deve ser repetido:

1. Jogador não tem que ir à imprensa exigir titularidade. Isso reflete a falta de ética (quase não vejo isso no meio futebolístico) do atleta e cria um clima ruim no grupo.

2. Técnico tem que ter pulso forte. Bancar suas convicções e escalar quem mostra dentro de campo qualidade para vestir a camisa.

3. A ausência da diretoria para resolver os problemas internos colabora para aumentar a falácia de empregado que deveria apenas cumprir suas obrigações, que no caso do atleta é apenas treinar e jogar quando o treinador entender que esse deve entrar em campo.

4. Negociar jogadores que são titulares durante a competição. Clube com saldo no azul não ganha título.

5. Reforçar adversários.

6. Contratar atletas sem critério, apenas para repor a peça que foi negociada para fazer caixa, não resolve o problema. Não dá para trocar o certo pelo duvidoso.

7. Atender os interesses de patrocinadores e investidores. A prioridade sempre deve ser o CRUZEIRO ESPORTE CLUBE.  Se ele não for forte e vencedor não haverá patrocínio, investidor e empresários interessados no clube.

Desejo que o novo gestor do clube, o Sr. Gilvan de Pinho Tavares, apresente uma nova maneira de administrar o Cruzeiro, seja mais ousado e trabalhe com respeito à história do time. Espero que ele não seja apenas um testa de ferro que cumprirá ordens do seu antecessor. O Cruzeiro é muito grande para ser explorado por homens que o usam para atingir seus interesses políticos e econômicos.

Que 2012 seja o ano da retomada de posição. Com conquista de títulos e respeito aos 91 anos de uma história escrita com craques em campo e pioneirismo na administração.