Virou rotina: 4-3-3 não funciona, Cruzeiro sai atrás, muda time e goleia a Chapecoense


Parece filme repetido, mas pela quarta vez seguida o Cruzeiro repetiu os mesmos erros e teve que rever o seu esquema tático no meio da partida para conseguir se recuperar após sair em desvantagem no marcador. 

É bem verdade que o Cruzeiro começou a partida dominando a posse de bola e sem grandes sustos, mas mais uma vez o esquema de três atacantes brecou a criatividade da equipe que pouco perigo criava e, para piorar, mantinha os buracos entre o meio e a defesa que permitiam que a Chapecoense contra-atacasse com perigo.

Foi aproveitando-se destes espaços, aliás, que a equipe catarinense conseguiu abrir o marcador. Em lance bastante parecido com o primeiro gol do Uberaba no fim de semana, Fabiano aproveitou a sobra de um desvio na área e totalmente livre bateu no canto direito de Fábio que nada pode fazer.

A desvantagem no placar assustou e o Cruzeiro precisou se lançar ao ataque em buscar da virada, uma vez que o empate levaria a decisão para os penaltis. A pressão, porém, seguia desorganizada em função do esquema e o empate acabou saindo em um lance fortuito quando Marcos cruzou na área e Thiago Carvalho aproveitou a falha do goleiro para empatar aos 44 minutos da primeira etapa.

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Precisando da virada, Mancini preferiu apostar no mesmo time na segunda etapa e o panorama da partida não mudou. O jogo seguiu sem maiores emoções até que o treinador mais uma vez abandonou o 4-3-3 e apostou em Élber e Roger nos lugares de Wallyson e Marcos aos 15 minutos.

Com as substituições o Cruzeiro passou a dominar a partida de fato e o resultado das substituições começou a aparecer aos 21 minutos quando Wellington Paulista, após passe de Élber, acertou um chutaço de fora da área e realizou a virada que classificava a Raposa.

A vantagem no placar, porém, era perigosa, pois a partir de então qualquer empate classificaria a Chapecoense. O time, no entanto, estava mais seguro com a nova formação e aos 29 minutos Anselmo Ramon passou por toda a defesa adversária e chutou cruzado para ampliar a vantagem e a tranquilidade na partida.

O gol abalou os catarinenses e praticamente resolveu a situação, mas havia tempo para mais. Aos 33 minutos, Roger deu um passe precioso para Wellington Paulista e o atacante encobriu o goleiro com categoria para fazer o 4º gol e colocar números finais no placar.

Com a classificação encaminhada, o time celeste diminuiu o ritmo e a partida seguiu para o seu final. A lição, entretanto, foi dada. Em um confronto de 180 minutos, a Raposa precisou jogar apenas 18 minutos fora do 4-3-3 para garantir uma classificação tranquila. O sistema mostrou-se novamente falho e não existe mais motivo para apostar que daqui para frente será diferente. Ou Wagner Mancini entende isso, ou o Cruzeiro certamente irá se complicar de forma irreversível contra adversários mais qualificados, a começar pelo América no Mineiro e o Atlético-PR na próxima fase da Copa do Brasil.

Foto: VipComm