Vergonha, vexame, ignomínia (Cruzeiro 0 x 0 Vasco – Copa Libertadores Fase de grupos 2ª rodada)


Salve, guerreiros!

Confesso que faltam-me palavras. Esperava ontem um Cruzeiro diferente do que vimos no último domingo, um time mais vibrante dada a importância da competição. Após a derrota no primeiro jogo da final do Mineiro, eu até acreditava em uma Raposa forte capaz de reverter aquele resultado, mas, depois da ontem… fica o sentimento de vergonha. O vexame começou na escalação. Que medo é esse que o Mano tem do time do Vasco para escalar um 4-6-0 diante do cruzmaltino? Sei que o passado recente não credencia Luxemburgo ser citado como exemplo, mas, sua frase cunhada em seus tempos áureos define: “O medo de perder tira a vontade de ganhar.” A vergonha segue no fato de Mano montar o time para jogar pelos lados explorando cruzamento, sabendo que uma das deficiências do adversário da noite é a bola aérea, mas, sem um atacante de ofício? O Cruzeiro praticamente não ameaçou o gol de Martin Silva no primeiro tempo. Entretanto, como bom cruzeirense que sou, guardo no fundo do peito a esperança de que ainda podemos nos classificar, e, também reverter o mau resultado do fim de semana. Não posso me furtar de dizer que o time celeste nunca deixou de classificar-se para a segunda fase da Libertadores. Vejam a responsabilidades dos senhores, em?

O jogo

Este colunista esperava um pouco mais de facilidade. Um Vasco mais contido que não ameaçasse tanto a meta de Fábio, mas, no frigir dos ovos, o time da colina teve as melhores chances de gol, claro, a Raposa inexplicavelmente escolheu jogar longe do gol do Vasco. Por que não lançar Sassá de início, ou Sobis? Mano é maluco! Respeitou demais o Vasco, e, como consequência colhe um ponto só jogando em casa sendo até então o último colocado do grupo. Vai precisar buscar pontos fora de casa. Vai precisar ser mais corajoso. E nas próximas partida em casa, impor a força que o Cruzeiro sempre demonstra em seus domínios.

Primeiro Tempo

Um primeiro tempo duro de assistir. Martin Silva sequer foi exigido nesta etapa da partida. Como já dissemos acima, a falta de uma referência deixou o time celeste longe do gol vascaíno, e, por consequência, o número de oportunidades de gol do Cruzeiro foi ínfimo, quase nulo. Na verdade nem me recordo de ouvir o nome do goleiro adversário durante a transmissão no primeiro tempo.  A esperança era Mano perceber que errou na escalação inicial mudando isso já no intervalo do jogo.

Segundo Tempo

Sassá entra logo de cara no segundo tempo na vaga de Rafinha que nada produziu. O problema foi o fato do Vasco começar a gostar do jogo e equilibrar as ações. Essa etapa da partida ficou mais franca, aberta, com ambas as equipes buscando a vitória. O Cruzeiro foi cansando. Robinho, Henrique, Ariel Cabral já estavam extenuados antes da metade do segundo tempo. Erravam passes bobos, não conseguindo municiar Sassá. Falando nele, nas poucas vezes em que a bola chegou, o atacante não soube o que fazer com ela. O empate já era um castigo bem merecido para esse Cruzeiro que não fez valer sua tradição e força dentro do Mineirão. Não adianta produzir uma “brand” com a Raposa escrito La Bestia, se em campo o time se comporta como um gatinho de estimação.

Guerreiro de ouro fica com Dedé. Apesar de uma falha quase no fim da partida, o zagueiro ganhou todas pelo alto na defesa. Guerreiro de lata o páreo está muito difícil, mas, pela nulidade durante os noventa minutos, Robinho fica com a “honraria”. Agora é virar a chave, vencer o Atlético MG no domingo por dois gols ou mais, e recuperar o clima favorável do início do ano. Isso vai ser de suma importância para a sequência da Libertadores.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 X 0 VASCO

Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 4 de abril de 2018 (Quarta-feira)
Horário: 21h45 (horário de Brasília)
Árbitro: Raphael Claus (Brasil)
Assistentes: Emerson de Carvalho (Brasil) e Marcelo Van Gasse (Brasil)
Cartões amarelos: Lucas Romero (Cruzeiro)

CRUZEIRO: Fábio; Lucas Romero (Ezequiel), Leo, Dedé e Egídio; Henrique, Ariel Cabral (Mancuello), Robinho, Thiago Neves e Arrascaeta; Rafinha (Sassá)
Técnico: Mano Menezes

VASCO: Martín Silva, Rafael Galhardo, Paulão, Frickson Erazo e Fabrício; Leandro Desábato, Wellington, Yago Pikachu, Wágner (Evander) e Paulinho (Andrés Rios); Duvier Riascos (Caio Monteiro)
Técnico: Zé Ricardo

Não vamos desistir. O Cruzeiro ainda tem tempo de recuperar-se nas duas competições. Domingo começa a virada de página celeste. Até lá, China Azul!

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr