Vantagem da habilidade (Cruzeiro Campeão Mineiro 2014)


Vantagem da habilidade (Cruzeiro Campeão Mineiro 2014) - Foto: Douglas MagnoCruzeiro e Atlético Mineiro entraram para a segunda partida da final do 100º Campeonato Mineiro com um propósito: atacar. Se alguém esperava o Cruzeiro só administrando a vantagem dos dois empates desde o início, viu isso apenas após os 35 minutos da segunda etapa. A equipe celeste dominou a primeira etapa e boa parte da segunda etapa. Destaques do jogo para os volantes, Lucas Silva e Henrique e para o meia Éverton Ribeiro. No fim, com o empate, no embalo dos torcedores, o Cruzeiro conquistou o segundo título no mesmo dia. Mais cedo, o Sada Cruzeiro conquistou a Superliga de Vôlei, e a tarde, se sagrou Campeão Mineiro Invicto.

O jogo

O Cruzeiro começou o jogo disposto a abrir o marcador logo no primeiro tempo. Logo no primeiro minuto, Lucas Silva arriscou de longe e a bola beijou o travessão do rival. O Atlético-MG até tentava, mas o centroavante rival Jô, sempre estava impedido. A defesa celeste estava bem postada e o ataque seguia dando trabalho. Aos 7 minutos, Dagoberto inverteu a jogada com Samudio, que como um centroavante tentou cabecear, mas sem atingir o gol.

O Cruzeiro seguia pressionando e tinha maior volume de jogo, mas pecava no último passe para transformar a finalização em gol. Aos 24 minutos, o melhor lance do Cruzeiro na primeira etapa. Éverton Ribeiro foi lançado, e sozinho encobriu Victor, errando a finalização. Julio Baptista, Lucas Silva também tentavam, mas o Atlético seguia se defendendo e não oferecia tanto perigo ao goleiro Fábio.

Um dos grandes problemas da primeira etapa foi a falta de proatividade do árbitro Leandro Vuaden. As faltas mais ríspidas para ambos os lados (principalmente para o Cruzeiro) eram advertidas apenas com conversa. O primeiro amarelo saiu aos 42 minutos, quando Leandro Donizete fez uma das várias faltas cometidas em Dagoberto e pelo “conjunto de pancadas”, tomou o cartão. Em um dos últimos lances da primeira etapa, Julio Baptista recebe um cruzamento na pequena área e encaixa uma bicicleta, e Victor defende em cima da linha com segurança.

Segundo tempo: a arte da “volância”

O Cruzeiro voltou para a segunda etapa disposto a fazer o gol e assegurar o título. Do outro lado, o rival tentava avançar, com a entrada de Fernandinho no lugar de Guilherme. Éverton Ribeiro, Lucas Silva e Henrique continuavam comandando o Cruzeiro. O Atlético tentava na força e sem o mínimo de estrutura do meio campo, dar algum perigo aos cruzeirenses. Só no segundo tempo, houve dois ou três lances de impedimento dos rivais. Aos 12 minutos, Ricardo Goulart recebeu de Julio Baptista e colocado, chutou a esquerda de Victor.

Samudio é outro que apareceu bem no jogo, marcando e forte no apoio também. Aos 18, em cobrança de escanteio, Dedé salva a chance dos rivais em cima da linha e aos 20, Fábio teve seus cinco segundos como zagueiro, ao dividir com Tardelli e jogar para fora. Logo após, o árbitro começou a dar mais cartões aos jogadores. Michel e Pierre, do Atlético, Dagoberto e Samudio do Cruzeiro foram amarelados em seguida.

Logo após o cartão do camisa 11 celeste, Marcelo Oliveira percebeu que já era hora de usar a vantagem. Sacou Dagoberto, que estava nervoso em campo e colocou o volante Souza, para ser um “segundo” lateral-direito e auxiliar Lucas Silva e Henrique na marcação e dando a liberdade para um deles atacar. Julio Baptista teve mais uma chance de marcar, mas desperdiçou a chance.

O Atlético começou a entrar em desespero. Prova disso são as substituições. Paulo Autuori sacou o lateral Michel e colocou o atacante Neto Berola e preservou o volante Pierre, que deu lugar ao ex-americano Claudinei. Em contra prova, Marcelo Oliveira atendeu o pedido dos cruzeirenses no Mineirão e colocou Willian no lugar de Ricardo Goulart. Henrique e Souza também tentaram de longe, mas a bola teimava em não entrar. Como o Cruzeiro tinha a vantagem do empate, cabia administrar a partida.

Aos 39, Éverton Ribeiro continuava desfilando sua categoria contra os rivais ao ser parado com falta pelo atacante Neto Berola. Após confusão, ambos foram amarelados. Aos 46, um lance curioso que gerou discussão pelo lado atleticano. Dedé e Jô dividiam espaço na área, quando Jô caiu e o árbitro estava decidido a assinalar pênalti para o Atlético. Entretanto, o auxiliar assinalou impedimento e Leandro Vuaden assinalou infração do centroavante atleticano.

No fim, o Cruzeiro administrou. Entre um ataque e outro, o time se fechava e como última substituição, Marcelo colocou um “quarto volante” em campo, com a entrada de Tinga. Entre um toque e outro, e a pressão final do rival, os cruzeirenses se fecharam e garantiram o título invicto, assim como em 2009,com a participação mais que especial dos torcedores, que tiveram o luxo de comemorar dois títulos no mesmo dia: Campeão Mineiro Invicto e Campeão da Superliga.

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO 0 x 0 ATLÉTICO/MG

Local:Mineirão, em Belo Horizonte/MG.

Data:13 de abril de 2014, domingo.

Árbitro:Leandro Pedro Vuaden (FIFA/RS).

Cartões amarelos:Samudio, Éverton Ribeiro e Dagoberto (Cruzeiro); Pierre, Michel, Leandro Donizete e Neto Berola (Atlético/MG).

CRUZEIRO:Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Samudio; Henrique, Lucas Silva, Éverton Ribeiro (Tinga aos 43 do 2ºT), Ricardo Goulart (Willian aos 37 do 2ºT) e Dagoberto (Souza aos 29 do 2ºT); Julio Baptista.

ATLÉTICO-MG:Victor, Michel (Neto Berola aos 23 do 2ºT), Otamendi, Leonardo Silva e Alex Silva; Pierre (Claudinei aos 28 do 2ºT), Leandro Donizete, Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e Guilherme (Fernandinho no intervalo), Jô.

Quarta-feira o adversário é o Cerro Porteño pelo primeiro duelo das oitavas de final da Libertadores. Até lá. Nossa torcida, nossa força.