Um acerto em meio ao mar de erros


Salve, China Azul!

Estava destilando todo o meu ódio sob as figuras do “treinador” Vanderlei Luxemburgo e do presidente Gilvan de Pinho Tavares para a minha coluna semanal do Guerreiro dos Gramados, quando as notícias começaram a pipocar, primeiro no twitter, e depois na imprensa. É oficial: Luxa não é mais treinador do Cruzeiro. Melhor ainda: Tinoco não é mais diretor de futebol. E mais: Bruno Vicintin, atual superintendente da base celeste, foi confirmado como vice-presidente de futebol do Cruzeiro. Quem diria!

A demissão de Marcelo Oliveira e a consequente contratação de Luxemburgo foi o maior fracasso da diretoria celeste neste ano. Mais do que a centralização da direção de futebol nas mãos de pessoas incapazes, mais do que a contratação de jogadores que não têm a menor condição de vestir a camisa celeste. O ex-treinador em atividade chegou prometendo briga pelo título, venceu as três primeiras, e foi elevado ao status de intocável. Setores da imprensa já tratavam-no como responsável pela ascensão do Cruzeiro no campeonato. Só que aí a verdadeira mão de Luxa apareceu; apenas mais três vitórias na sequência do trabalho, fato que colocou o Cruzeiro como o pior time do Brasileirão nas últimas 14 rodadas. Isso mesmo, pior que o Vasco.

Aos poucos, as ambições foram caindo. Era time pra G-4, era time pra ser campeão da Copa do Brasil… Até ser time para lutar contra o rebaixamento. Mais derrotas “normais”, mais frases como “a torcida celeste tem que se acostumar com a nova realidade”. Não, Luxemburgo. Não temos que nos contentar com a realidade de um treinador que mal treina a equipe. Não podemos nos contentar com seus métodos ultrapassados. Não podemos nos contentar com suas desculpas esfarrapadas. Não podemos e nem vamos!

Além da tão esperada demissão de Luxa, outro ponto chamou a atenção: a demissão do então diretor de futebol Isaías Tinoco. Outro ultrapassado, amador e fraco. Além disso, na sua entrevista mais emblemática, chegou até a questionar o tamanho da torcida celeste. É tão “diretor” quanto Luxemburgo é “treinador”. Já foi tarde.

Não bastassem as boas notícias, o presidente Gilvan ainda anunciou Bruno Vicintin como vice-presidente de futebol. Bruno representa a ala mais moderna do conselho celeste. Tem ideias novas, tanto na parte da gestão, quanto envolvendo o futebol. Espero que, a partir deste anúncio, Bruno tenha total liberdade de implantar aquilo que ele vem desenvolvendo na base celeste, que tem revelado tantos talentos nas últimas temporadas.

Neste contexto, não poderia deixar de citar a figura do presidente Gilvan de Pinho Tavares. Por mais que ele não assuma os erros cometidos pela diretoria celeste, ele fez as mudanças necessárias, ainda com tempo hábil para evitarmos o fiasco nesta temporada e planejarmos 2016 com paciência. Não podemos deixar de elogiar quando há acerto. Como gestor, ninguém duvida da capacidade do presidente, porém já sabemos que interferir no futebol não é o seu forte. Mas enfim, por bem ou por mal, a fase das trevas parece ter indícios de um final feliz.

Nós, como torcedores, devemos apoiar o time, assim como os presentes no Mineirão, na partida de domingo, fizeram. Agora é hora de comemorar as saídas, reconhecendo quem deve ser reconhecido. Apoiaremos e, sem dúvida, sairemos desse mar de problemas.

O primeiro passo já foi dado.

ADEUS LUXA! ADEUS TINOCO! BEM-VINDO, BRUNO!

 

Por: Pedro Henrique Paraíso