Time juvenil: Jonathan tem razão?


Fala China Azul! Quanta infelicidade aquele gol no finalzinho do jogo de quarta-feira, não é mesmo? Confesso que há tempos não xingava com tanta raiva da forma como foi. E fomos levar um gol justamente do Caicedo, irmão do Espinoza – vai falar que não se parecem?

Porém, quero destacar a fala do Jonathan ao final da partida: “Nossa equipe parece juvenil!” O nosso camisa 2 teria falado isso de cabeça quente ou não disse nada além da verdade?

No meu inconsciente veio a derrota de 5×4 sofrida pelo Cruzeiro na Copa São Paulo de Futebol Júnior para o Atlético-PR, no começo deste ano. Aquele sim era um time de meninos que – nesta ordem – começou perdendo, empatou, tomou mais dois gols, virou o placar, mas a poucos minutos do fim levou outros dois gols. Com o resultado fomos eliminados de uma competição onde éramos favoritos.

Claro que o Jonathan não quis fazer relação com o nosso time júnior, isso é coisa da minha cabeça. Mas em partes, concordo com o nosso lateral. Desde a Libertadores do ano passado o Cruzeiro demonstra grande nervosismo em suas partidas. Foi assim principalmente contra o Boca Juniors. Já em 2009, o time foi reforçado e teoricamente estava mais experiente. Não é bem o que vemos. Contra o Estudiantes foi um sufoco, muitos passes errados, mas no fim tudo deu certo, com a força do Gladiador Kléber e da China Azul. Ontem contra o Deportivo Quito, novamente muitos passes errados. Marquinhos Paraná, quase sempre perfeito, ontem esteve irreconhecível, apenas para citar um exemplo.

Não há que se discutir que a péssima atuação do árbitro peruano Georges Buckley comprometeu (e muito!) o resultado do jogo. Enquanto os equatorianos distribuíam socos e pontapés, o juizão fazia vista grossa. Sobrou para o Cruzeiro, que viu os cartões distribuídos resultarem nas expulsões de Wellington Paulista e Fabrício. Com um time desfigurado, sem condições de marcar e atacar, ficou difícil segurar o resultado, mesmo quando parecia que tudo terminaria no 1×0 sofrido, na raça.

Mas é preciso destacar que o nervosismo do Cruzeiro também fez a diferença. Os passes e lançamentos precipitados poderiam ter resultado em excelentes oportunidades de gol. O próprio Jonathan errou um cruzamento incrível, quando Ramires entrava livre pela área. Seria só rolar para o gol. E isso já com um jogador a menos, em uma pressão danada do rival. Outra prova do descontrole emocional foi uma falta cometida por Wagner, o Wagnalume (muito bem definido pelo companheiro Renato Henrique). Em lance do segundo tempo, o camisa 10 puxou um jogador equatoriano no meio-de-campo, infração totalmente desnecessária que seria passível de cartão amarelo, felizmente não dado pelo árbitro.

Polêmicas à parte, o Cruzeiro precisa colocar a cabeça no lugar – injustamente ou não, já são quatro expulsões em três jogos – e jogar o seu bom futebol que todos nós sabemos que tem. O elenco é forte e vem mostrando desde o começo do ano. Um empate fora de casa, na tão falada altitude e com todos os acontecimentos citados, não é de todo mal. Ficou sim o gostinho de derrota, mas acredito que iremos nos recuperar na competição semana que vem, contra o Universitario Sucre. E mais: pude ver que esse Deportivo Quito tem tudo para tomar uma sonora goleada quando vier ao Mineirão.

“Eu quero ver o Cruzeiro jogar com raça pra vencer!”

Saudações celestes!