Time de descompromissados


Não há explicação. Após mais uma derrota e mais uma atuação vexatória, o Cruzeiro entra, com tudo, no rol dos piores times desse Brasileirão 2015 – sem exagero algum. E, infelizmente, a expectativa não é muito boa.

Antes de mais nada, gostaria de explicar minha afirmação inicial. Lógico que considero que existam elencos semelhantes ou, até mesmo, piores do que o Cruzeiro (o São Paulo é um desses). Todavia, vemos estes times na tentativa de se superarem, de darem um algo a mais, no intuito de tentar buscar a maior parte possível dos pontos. Existe um comprometimento que o elenco celeste não tem.

Ontem, no Morumbi, vimos mais uma dose dessa falta de comprometimento. Não havia uma jogada trabalhada; parecíamos estar assistindo a um time amador, que acabara de ser formado para disputar o campeonato do bairro. Falta qualidade nos passes, falta qualidade tática, falta qualidade nas finalizações, além da já citada falta de vontade.

Willian, desde o ano passado, não faz nenhuma partida convincente, que justifique a sua titularidade; mesmo assim, foi mantido por Marcelo Oliveira e vem sendo mantido por Luxemburgo, em mais uma daquelas decisões do futebol que não conseguimos entender. Mayke, depois de voar nas últimas duas temporadas, se tornou um jogador comum, displicente e totalmente inconsistente. Henrique, absoluto no ano passado, não faz uma partida decente há muito tempo. Paulo André não merece ser titular enquanto houver algum outro zagueiro disponível no elenco, nem que seja do sub-17.  E isso apenas para citar os casos mais absurdos…

Como se não bastasse isso, ainda existe a tal terceirização da culpa. Todos sabemos que o responsável por tudo isso é o presidente Gilvan. Entre admitir não precisar de um diretor de futebol (porque ele era competente, segundo o próprio), até a demissão de Marcelo Oliveira e consequente contratação de Vanderlei Luxemburgo, passando por Valdir Barbosa e Benecy Queiroz como responsáveis pela formação do elenco, foi um festival de burradas. Já passamos da metade da temporada, e não temos um elenco, sequer, equilibrado. Todavia, para o presidente, as vitórias aparecerão naturalmente. Aposenta, Gilvan!

Corrigir todos os problemas citados a esta altura do campeonato, convenhamos, é muito difícil. A minha torcida (e creio que a de muitos que estão lendo este texto) é que possamos fazer depressa a pontuação mínima para nos livrarmos da Série B. Não se trata de pessimismo, se trata de falta de fé em uma melhora considerável. O jeito é tratar cada jogo como uma final, e tentar somando pontos aos poucos.

O único problema é que, se precisarmos de uma vitória na última rodada, infelizmente não teremos como adversário o Atlético-MG.

Saudações celestes, e que Deus nos ajude!